quinta-feira, 24 de junho de 2010

Comida & Cultura

Eureka!

O curador do Museu de Arte Moderna de São Paulo, professor de História da Arte, Felipe Chaimovich, inaugurou, com sucesso, no mês de maio, uma série de quatro aulas sobre a “Estética do Gosto” para um grupo pré-selecionado sobre a evolução comportamental dos convívios, da ambientação e do serviço nos banquetes do século XIII até nossos dias.

O primeiro módulo tem como foco o Serviço à Moda da Borgonha, do século XIII ao XV. O banquete é servido para os convidados sentados do lado de fora de duas mesas compridas montadas com uma colher para cada um e um copo para cada dois comensais, muitas frutas secas, travessas para assados, caldos e sopas, peças arranjadas com aves “en volière” assadas e apresentadas com suas plumagens.

A aula sobre o Serviço à Francesa do século XVII ao XVIII coloca em evidencia receitas mais elaboradas com a presença de trufas negras, cogumelos, carnes de caça, caldos engrossados com pão, saladas e legumes assados, tortas de carnes, patês variados e miúdos.

A terceira aula foi sobre o Serviço à Russa dos séculos XIX ao XX. Os convidados já encontram a mesa montada com copo para água, copo para vinho, taças para champagne e licores, talheres para entrada e para sobremesa, talheres para carne e talheres para peixe. As mesas centrais são decoradas com arranjos florais e no cardápio: aspargos, caviar e blinis, lagostas e lagostins, assados e saladas.

Na ultima aula, sobre o Serviço Contemporâneo do século XXI, é servido um jantar degustação “Sabores do Brasil” – Criações Contemporâneas com 12 pratos repartidos em quatro tempos, Água, Ar, Terra e Fogo, os pratos são acompanhados por uma harmonização de vinhos, espumantes e destilados nacionais.

A grande inovação e destaque desta proposta é ter uma aula teórica administrada pelo professor Felipe Chaimovich e um jantar servido com as características da época, ao final de cada aula, no recinto do próprio museu.

A “performance” permite ao participante uma familiarização, compreensão e um parâmetro entre o teórico da analise do comportamento e a evolução do serviço de mesa, por meio de uma simulação dos modos e hábitos das épocas examinadas.

Os chefs convidados foram Henrique Fogaça, Laurent Suaudeau, João Leme e eu. Os estudantes de escolas de gastronomia, Diogo Ribeiro e Milton Yamamoto, tiveram a oportunidade de acompanhar e participar dos preparativos e da realização dos quatro banquetes.

Menu MAM
Sabores do Brasil
Criações Contemporâneas

Água

Caldo de Piranha e Mouillette de Pão de Alho
Três Camarões: Três Interpretações
Pirarucu na Manteiga de Tucupi

Ar

Caldo de Feijão Preto com Espuma de Destilado de Cana
Agulhas de Codorna no Concentrado de Uva
Confit de Galinha d’Angola com Purê de Pequi

Terra

Gazpacho de Manga
Cuscuz de Milho com Carne Seca e Natas
Costelinha Amanhecida no Mel de Engenho e Geléia de Duas Pimentas

Fogo

Burrata com Azeite de Castanha-do-brasil e Flor de Alfazema

Sorbets de Frutas: Pitomba, Jabuticaba e Araticum
Bolinhas de Tapioca com Baba-de-moça Passion

Café

Chocolates

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Pirarucu assumido

A revista “Gosto” na sua edição de junho publicou a matéria: “O nosso bacalhau”, Como o Pirarucu, um dos maiores peixes de água doce do mundo, está saindo da floresta para conquistar o mundo.
A revista nacional, bem que timidamente, dá destaque ao peixe da bacia amazônica chamando para a matéria como “o nosso bacalhau” na tentativa de divulgar e informar o diferencial da textura, sabor particular e incomparável deste ingrediente brasileiro para seus leitores.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Sabores em pro da Educação nas escolas de São Paulo

Sabores em prol da educação nas escolas de São Paulo

14 de junho de 2010
Por lei, cultura indígena é tema de aula.
Escolas recorrem à criatividade para ensinar orígem do povo brasileiro e se surpreendem com interesse demonstrado pelos alunos


Mariana Mandelli - O Estado de S.Paulo

Sabor típico. Crianças da Escola Suíço-Brasileira fazem lanche comunitário com alimentos ligados à cultura indígena Cocares, chocalhos, sementes e cantos indígenas estão se misturando aos livros e cadernos dos alunos nas aulas. Para cumprir a lei que exige o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena, que passou a vigorar em 2008, as escolas públicas e particulares abusam da criatividade para entreter os estudantes.

Ao abordar assuntos como o povoamento da América e a colonização brasileira, os professores tentam desfazer estereótipos e mostrar as origens do povo brasileiro. "O objetivo é desmistificar a visão de que os indígenas são apenas aqueles grupos que vivem nas matas, afastados da civilização, como as populações que os conquistadores portugueses encontraram no século XVI", afirma o professor de História do Colégio Pentágono, Américo dos Santos.

Com a proposta de atrair a atenção dos alunos para a importância histórica dos índios e dos negros, as aulas exploram múltiplos recursos. Na Escola Suíço-Brasileira, na zona sul de São Paulo, os alunos do 1.º ano do fundamental vivenciam o dia a dia dos índios em cabanas de pano e um banquete com alimentos típicos. "Eles aprendem até as formas de comer e de sentar dos indígenas", afirma a professora Vera Povoa.

Para ambientar os alunos, algumas escolas utilizam desde vídeos - o que inclui até mesmo uma espécie de reality show do cotidiano de uma aldeia, filmado pelos próprios índios - até excursões para museus e comunidades indígenas, onde as crianças aprendem a usar arco e flecha.

"A visita aos museus encanta as crianças, principalmente as informações obtidas sobre os hábitos e os costumes", conta a professora Patrícia Sanches, da Escola Carlitos, na zona oeste paulistana. "Eles acabam gostando tanto do estudo desses temas que realizam pesquisas individuais, mesmo sem a solicitação do professor."

Referências. O interesse despertado nas crianças é notável, principalmente quando elas percebem a influência que as raízes indígenas e afro-americanas têm em suas vidas. "Os alunos percebem que nos nossos hábitos há muitas referências culturais, como dormir em rede, comer farinha de mandioca e assar peixe na brasa, por exemplo", afirma a coordenadora pedagógica da Escola Cidade Jardim Play Pen, Gabriela Argolo. "Essa identificação é necessária para que eles percebam as diferentes raízes que compõem nosso povo: indígena, africana e dos diferentes imigrantes que aqui chegaram."

A necessidade de uma lei que obrigue o ensino desses conteúdos divide os educadores. "Sou a favor da lei porque o ser humano tem tendência a esquecer de sua própria história", opina a professora Cristina Matias, do Colégio Hugo Sarmento.

Já Gabriel Passetti, professor de história do Colégio Equipe, acha que o ensino desses temas não deveriam depender de uma obrigação legal. "Quando um conteúdo é oferecido somente porque é obrigatório se torna um fardo para o professor, que pode ensiná-lo de forma desinteressante e acrítica", afirma.

Debate. Os educadores destacam que a discussão desses temas não deve ser restrita a datas especiais. "Não devemos tratar esses assuntos como temas momentâneos, como o dia do índio. O debate deve perpassar todo o currículo", afirma Maria da Betania Galas, coordenadora de artes e projetos da Escola Viva.

As escolas acreditam que a abordagem das temáticas indígenas e afro-americanas nas aulas de história, língua portuguesa e artes ajudam a formar cidadãos, eliminando preconceitos.

"A incorporação dos temas e discussões sobre as questões étnico-raciais como objeto de conhecimento favorece um novo olhar para as disciplinas escolares, ajudando a compreender melhor o conjunto complexo de relações sociais", explica Suzete Borelli, da Diretoria de Orientação Técnica de Ensino Fundamental e Médio da cidade de São Paulo.

Valéria de Souza, da Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo, concorda. "Os alunos devem apreender as formas respeitosas de convivência com membros de etnias diferentes e superar preconceitos impostos pela padronização de valores culturais, éticos e estéticos", afirma.


NA ESCOLA

Temas abordados
Formação da população brasileira; estudo da história da África e dos africanos; a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil; a cultura e contribuições negra e indígena nas áreas social, econômica e política.

Autores
Darcy Ribeiro, Daniel Munduruku, John Manuel Monteiro, Eduardo Natalino dos Santos, Gabriela Pellegrino Soares e Manuela Carneiro da Cunha, entre outros.

Passeios
Museus (como o Museu do Índio, em Embu), visitas a aldeias e cidades históricas.

Materiais
Livros, poesias, mapas, gráficos, jornais, revistas, músicas, filmes, documentários, imagens e o site da Funai.

terça-feira, 8 de junho de 2010

resposta ao Joaquim

Prezado Joaquim,

Para vc entender melhor a “esperteza” da jogada em vender peixe nobre da bacia amazônica no lugar de peixe “Cod.” ameaçado de extinção por pesca predatória nas águas marítimas da Noruega.
Vamos partir para uma comparação mais simplista.
Vc compra um carro cor cinza metálica de uma marca conhecida, renomada e especifica.
Vc mostra seu carro X para um amigo especialista na matéria, de confiança, e pede a opinião dele.
Têm quatro rodas, um motor, cinco marchas, logomarca do carro X que vc achou ter comprado, é um carro, o resto todo é de outra montadora, outra marca, outro combustível tudo com uma aparência de carro X.
Ai vai uma pergunta para vc, está comprovado que os grandes cardumes de Atum estão ameaçados de desaparecer. Será que as fabricas de lata de atum vão substituir a carne dele por carne de golfinhos e a mudança seria escrito no rotulo?
Golfinho em azeite, golfinho em salmoura, golfinho a provençal...
Ética é uma postura que valoriza e deve ser valorizado a todos os níveis e para todos os assuntos.

Em 8 de junho de 2010 17:23, Joaquim escreveu:

Joaquim deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Brasília 1960 - 2010":

Quentin,se bacalhau é um peixe específico ,por que há vários tipos de peixes denominados bacalhau?Infelizmente ,vc não conseguiu explicar sua posição,por favor seja mais claro.Abs.