sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Trocando o tradicional pelo duvidoso

Brasileiro come menos arroz com feijão e mais comida industrializada em casa

Entre 2002-03 e 2008-09, a aquisição média anual per capita (quanto de um produto a família adquire em um ano, dividido pelo número de pessoas da família) caiu 40,5% para o arroz polido (de 24,5 kg para 14,6 kg), feijão, queda de 26,4% (de 12,4 kg para 9,1 kg) e açúcar refinado, de 48,3% (de 6,1 kg para 3,2 kg). No mesmo período, aumentaram, entre outros, o refrigerante de cola (39,3%, de 9,1 kg para 12,7 kg), a água mineral (27,5%, de 10,9 kg para 13,9 kg) e a cerveja (23,2%, de 4,6 kg para 5,6 kg).

A evolução do consumo de alimentos no domicílio no período também indica a queda na participação relativa de itens tradicionais na composição do total médio diário de calorias adquirido pelo brasileiro, como arroz (de 17,4% para 16,2%), feijão (de 6,6% para 5,4%) e farinha de mandioca (de 4,9% para 3,9%), enquanto cresceu a proporção de comidas industrializadas, como pães (de 5,7% para 6,4%), embutidos (de 1,78% para 2,2%), biscoitos (de 3,1% para 3,4%), refrigerantes (de 1,5% para 1,8%) e refeições prontas (de 3,3% para 4,6%).

Pesquisa completa do IBGE

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Chef José Carlos Baratino abraça a Gastronomia Sustentável.

EMILIANO PROMOVE A SUSTENTABILIDADE
DA SUA CADEIA DE PRODUÇÃO DE ALIMENTOS

A marca Emiliano conhecida nacionalmente por sua constante inovação, inicia o ano de 2010 com uma iniciativa ambiciosa. Motivado pela necessidade de transformar o ambiente ao seu redor, o Restaurante Emiliano desenvolveu parcerias e ações visando à sustentabilidade de sua cadeia de produção de alimentos.
Após intensa exploração de técnicas culinárias, o inovador Chef José Barattino decidiu aproximar a sua cozinha da terra e junto a pequenos produtores rurais, com quem vem trabalhando no último ano, elaborou um plano de fortalecimento dos três principais pilares da cadeia de produção, isto é, o produtor, o produto e o consumidor final.
O projeto “Sustentabilidade da Cadeia de Produção” engloba aspectos econômicos, sociais e ambientais dos três principais agentes envolvidos. Assim, em parceria com o Sr. Dercílio Pupin, da Fazenda Pereiras e líder da Família Orgânica, uma articulação de produtores rurais do interior de São Paulo, o Emiliano listou ações que irão se desenvolver em três etapas principais.
A primeira delas, já em andamento, é voltada ao incentivo direto à agricultura familiar e à geração de demanda através da inserção crescente de produtos orgânicos, biodinâmicos e agro-florestais na lista de compras do restaurante. A matéria orgânica, resultante da coleta seletiva interna do restaurante, já funciona como matéria-prima para a compostagem e produção de adubo utilizada na fazenda.
O próximo passo, visando a defesa do patrimônio cultural, se baseia no desenvolvimento conjunto de novos produtos, incluindo a pesquisa, produção e utilização de plantas não-convencionais, a retomada do plantio de produtos que caíram em desuso e conseqüentemente a preservação de espécies em extinção.
Como orientador da terceira fase, o Emiliano dará suporte em ações que visem à conscientização do consumidor e à manutenção da saúde, principalmente do público infantil, em palestras e visitas às fazendas produtoras. O Emiliano dará suporte na divulgação do serviço de “delivery”, em que as compras de orgânicos dos consumidores finais, feitas pelo site da Familia Organica, serão entregues em casa.
O Emiliano pretende estender ainda mais os benefícios desta parceria já que um dos objetivos é a viabilização da “Feira do Pequeno Produtor”, uma ação com o intuito de conscientizar o público sobre a importância da boa alimentação e colocá-lo em contato direto com o pequeno produtor orgânico. Esta feira traduz o grande sonho de seu idealizador, José Barattino: “Nós, do Restaurante Emiliano, não podemos utilizar os mesmos ingredientes que todos usam. O certo seria que todos tivessem acesso aos ingredientes que usamos.”

Jornal do Senado, 7 de dezembro 2010

OMS estima que país perderá cerca de US$ 60 bilhões até 2015 devido ao impacto nos seus gastos com doenças crônicas não transmissíveis provocadas principalmente por maus hábitos alimentares e sedentarismo.
Marisa Serrano defende mais restrições que as da resolução da Anvisa que entra em vigor neste mês.
Matéria completa no site do Jornal do Senado

sábado, 4 de dezembro de 2010

MAO, museu de excelência

 
Posted by Picasa


Ofícios da Conservação e Transformação dos Alimentos

Você já ouviu falar do MAO, não o chinês, mas o Museu de Artes e Ofícios, localizado na Praça da Estação, no centro de Belo Horizonte?
A Estação Central de Belo Horizonte, entre o vai e vem de trens de passageiros, trens de carga, bem como milhares de usuários do metrô, abriga um dinâmico museu de excelência em homenagem aos trabalhadores manuais e sua criatividade. Traz o registro dos vários ofícios que permitiram o desenvolvimento do Estado de Minas Gerais, retrato dos afazeres no período pré-industrial.
Ofícios do fogo, da madeira, da cerâmica, da terra, das energias, do fio e do tecido... e os ofícios da conservação e transformação dos alimentos.
Neste século de desenvolvimento tecnológico de ponta, era preciso encontrar uma linguagem museológica e educativa, apoiada numa pesquisa rigorosa (credibilidade), aproveitando os recursos inovadores da comunicação para dinamizar, seduzir e atrair o público de todas as idades. Célia Corsino deu conta do recado, ao tirar do papel um projeto ousado para apresentar ao público uma vasta e diversificada coleção de peças, registro material em forma de madeiras, ferros, couros, pedras, de uma época recente.
Precisamos ressaltar a clarividência de Flávio Gutierrez , em meados do século XX, de coletar peças considerados sem maior interesse cultural e da iniciativa privada de Ângela, sua filha, por valorizar e compartilhar este patrimônio com o público.
Cada ofício apresenta o ciclo completo, da matéria prima ao objeto criado, no seu passo a passo visível e valorizado, com suas influências diretas e indiretas na comunidade e na região. Nada de cheiro de mofo, de velho, de obsoleto, de ranço, mas uma interação entre o público e os temas apresentados. A tecnologia da mídia atual é utilizada como suporte e fio condutor para entendimento e esclarecimento do visitante.
Seria incompreensível, na história recente, pular de um período ao outro sem conhecer e reconhecer o valor das invenções, modificações e transformações ocorridas, que contribuíram para a formação e o desenvolvimento da sociedade local.
No conjunto de Ofícios da Conservação e Transformação dos Alimentos, destacam-se três temas representativos da identidade gastronômica nacional,a rapadura, a mandioca e sua farinha e a produção artesanal do queijo à base de leite cru.
A exposição, instrumentos e utensílios de trabalho, na área dos Ofícios da Conservação e Transformação dos Alimentos, evidencia a particularidade do material utilizado na confecção dos utensílios necessários para a manufatura de produtos derivados do leite e a fabricação da farinha de mandioca. Ponto crucial para entender a necessidade de resgatar e proteger essas matérias, sem entrar na perseguição mercantilista exercitada pelos lobistas das indústrias que querem acabar com os tachos de cobre, as colheres e tábuas de madeira, panelas de fero, barro ou pedra.
O artesão dos sabores tem que ser respeitado pelo diferencial de sua produção, valorizado e protegido por leis distintas e, assim, vai ser possível salvar o patrimônio, a diversidade e a particularidade de cada região, já que ele se responsabiliza diretamente com sua assinatura no fruto da sua produção. A possibilidade de esconder um defeito de fabricação é diretamente ligada à personalidade do produtor. Não se pode esconder a responsabilidade da indústria alimentícia na explosão da obesidade na população brasileira, nessas ultimas três décadas. Permitir ao consumidor a escolha dos produtos é um ato de liberdade, estamos caminhando para um atentado à liberdade com o lema de que o produto alimentício industrial é seguro, saudável e inquestionável.
(Ler artigo:Anvisa aos consumidores: tem “veneno” nos alimentos industriais.)