Teorias, pesquisas e reflexões sobre a gastronomia brasileira, por Quentin Geenen de Saint Maur
quinta-feira, 31 de julho de 2014
segunda-feira, 28 de julho de 2014
sexta-feira, 25 de julho de 2014
sexta-feira, 18 de julho de 2014
Acho que Jamie ainda não experimentou o Quindim do Pão de Queijo na rua Hadock Lobo
Jamie Oliver diz que brigadeiros são "horríveis" e causa polêmica
Do UOL, em São Paulo
Compartilhe131,2 mil
Imprimir Comunicar erro
- Ben Stansall/AFPO chef britânico Jamie Oliver: declaração sobre doces brasileiros causou polêmica
A declaração do chef foi ao ar no programa "Saia Justa" (exibido no canal a cabo GNT) na última quarta-feira (16). Na ocasião, a apresentadora Bárbara Gancia ofereceu caldo de cana, açaí, quindim, brigadeiro e beijinho para que Oliver experimentasse.
Ele até gostou do caldo de cana e do açaí, mas detonou os outros doces, chamando-os de "horríveis" e "um monte de m..." por conta do excesso de açúcar nas receitas (a legenda do programa atenuou o palavrão, traduzindo-o por "porcaria").
"Quando você usa muito açúcar, você acaba mascarando o sabor das frutas na sobremesa", argumentou o chef, que irá abrir uma filial de seu restaurante Jamie's Italian em São Paulo no final do ano.
Orgulho nacional
A declaração foi o suficiente para causar uma grande polêmica. Na conta de Instagram do chef, internautas passaram a defender os doces. Declarações como "o Brasil te odeia depois que você falou mal dos brigadeiros" e "não chame nossos doces de 'porcaria'" pipocaram em diversas postagens.
"Esse caipira inglês precisa ter mais educação", comentou uma internauta no site do GNT, que transmite os programas do chef no Brasil. "Não se pode chegar assim na casa dos outros, é uma indelicadeza para quem o está recebendo".
Para a chef carioca Fabiana D'Angelo, especializada em brigadeiros, a declaração de Oliver foi "lamentável", mas doeu especialmente porque "são os nossos doces nacionais. Isso feriu o coração".
O argumento de que Jamie Oliver teria um paladar diferente por ser inglês não convence muito Fabiana, cujos doces foram servidos para chefes de Estado durante a final da Copa do Mundo em um evento do Governo do Rio de Janeiro. "Morei na Inglaterra e fiz muito brigadeiro por lá - e os ingleses adoraram. Acredito que ele tenha que provar de novo, só que com um produto mais refinado. Provavelmente deram para ele um brigadeiro ruim", diz.
Já a chef Nina de Paula, da doceria Made by Nina, fez um manifesto a favor do docinho que repercutiu na internet. "Achei que o comentário foi ofensivo. Ele tem o direito de não gostar, mas acredito que não poderia ter se expressado dessa forma", explica a chef, que se especializou em versões 'gourmet' de brigadeiros. "Ele foi falar mal de uma coisa que muita gente aprecia".
Ela, no entanto, não faria adaptações à receita tradicional para agradar o paladar do chef britânico em um eventual encontro. "Já fiz brigadeiro de chá verde, por exemplo, mas se ele fosse provar novamente, teria que ser a receita já conhecida. E acredito que não vai ser a opinião dele que mudará o nosso gosto".
sexta-feira, 11 de julho de 2014
No Paladar - Tempero de brasileira ganha Paris
09.07.2014 | 20:19 Pelo mundo
Por Ana Carolina Dani
Especial para o Estado, de Paris
Quando chegou a Paris, aos 21 anos, Alessandra Montagne nem sonhava que um dia seria capa da revista publicada pelo Gault et Millau, um dos mais famosos guias gastronômicos da França. Na mais recente edição da revista, Alessandra está lá, sorrindo e segurando a placa que anuncia o menu de seu restaurante sob o título “70 casas com preço camarada”. Seu restaurante, o Tempero, foi consagrado como um dos melhores endereços de Paris para se comer bem e gastar pouco.
“Pequena, eu já gostava de cozinhar. Subia no tamborete para ajudar minha avó a assar o frango no fogão a lenha, a torrar o arroz. Tudo era feito em casa e sempre consumíamos o que colhíamos. Nunca comi fruta fora de época”, diz.
Hoje, a cozinha da brasileira é um pot-pourri que alia a herança mineira à técnica francesa com toques asiáticos, influência de Olivier, descendente de vietnamitas. Os ingredientes são simples e frescos, com prioridade para os produtores locais.
É fácil entender por que o restaurante, distante do circuito turístico da capital francesa, vive cheio. Em uma cidade como Paris, onde comer bem e barato é cada vez mais difícil, a brasileira conseguiu impor uma fórmula competitiva, aliando amor pela cozinha, simpatia, qualidade e preço baixo.
O sucesso é tanto que o casal acabou de abrir outro restaurante no mesmo bairro. Chama-se Bistrot Tempero e a proposta é a mesma do outro, com a diferença de que o casal, agora, não trabalha mais junto na cozinha. Olivier é o chef do Bistrot Tempero e Alessandra, do Tempero.
Enquanto isso, Alessandra foi estudar no Lycée des Métiers de L’Hôtellerie Jean Drouant, em Paris. Fez curso técnico de cozinha e pâtisserie, com duração de dois anos. Nesse período, fez dois estágios. Passou um ano na cozinha do Ze Kitchen Galerie, do chef William Ledeuil, e outro ano no laboratório de pâtisserie da Grande Épicerie de Paris, um dos principais empórios da capital francesa, que fica na loja de departamentos Bon Marché. “Eles têm um laboratório incrível, de 450 metros quadrados. Todas as preparações são feitas no local mesmo. Foi uma experiência muito importante”, diz Alessandra.
Hoje, além de manter as duas casas, Alessandra também dá cursos de culinária e pâtisserie, inclusive para turistas brasileiros em Paris. Os dois restaurantes do casal funcionam de segunda a sexta-feira das 12 horas às 14h30, e às quintas e sextas abrem também para jantar, até as 22 horas.
Na capa. A mais recente edição da revista do guia Gault et Millau destaca 70 casas com preços camaradas na capital francesa. Na capa, Alessandra segura a placa que anuncia o almoço com entrada, prato e sobremesa a 20 euros.
SERVIÇO – Tempero
5, rue Clisson – Paris
www.tempero.fr
Tel.: + 33 (0) 954 17 4888
Por Ana Carolina Dani
Especial para o Estado, de Paris
Quando chegou a Paris, aos 21 anos, Alessandra Montagne nem sonhava que um dia seria capa da revista publicada pelo Gault et Millau, um dos mais famosos guias gastronômicos da França. Na mais recente edição da revista, Alessandra está lá, sorrindo e segurando a placa que anuncia o menu de seu restaurante sob o título “70 casas com preço camarada”. Seu restaurante, o Tempero, foi consagrado como um dos melhores endereços de Paris para se comer bem e gastar pouco.
A mineira Alessandra Montagne conheceu
Oliver na casa de amigos. Ela estava pronta para voltar para o Brasil e
ele editava documentários. Casaram e decidiram abrir o restaurante em
2013. FOTOS: Divulgação
Inaugurado há um ano por Alessandra e seu marido, Olivier Montagne,
Tempero é um discreto e charmoso restaurante no bairro chinês de Paris.
De brasileiro, ele só tem o nome e o toque sutil de uma chef que cresceu
modestamente em Poté, no Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais. Da
infância, Alessandra conservou o respeito pelos produtos locais e
ingredientes de época e a aversão pelo desperdício.“Pequena, eu já gostava de cozinhar. Subia no tamborete para ajudar minha avó a assar o frango no fogão a lenha, a torrar o arroz. Tudo era feito em casa e sempre consumíamos o que colhíamos. Nunca comi fruta fora de época”, diz.
Hoje, a cozinha da brasileira é um pot-pourri que alia a herança mineira à técnica francesa com toques asiáticos, influência de Olivier, descendente de vietnamitas. Os ingredientes são simples e frescos, com prioridade para os produtores locais.
É fácil entender por que o restaurante, distante do circuito turístico da capital francesa, vive cheio. Em uma cidade como Paris, onde comer bem e barato é cada vez mais difícil, a brasileira conseguiu impor uma fórmula competitiva, aliando amor pela cozinha, simpatia, qualidade e preço baixo.
Discreto e charmoso, o Tempero fica no bairro chinês, fora do circuito turístico
Durante a semana, para almoço, o cliente pode optar pelo menu a 15
euros (R$ 45), com entrada e prato, ou 20 euros (R$ 60), com entrada,
prato e sobremesa. O serviço à la carte é somente para o jantar, às
quintas e sextas. Na entrada, há opções como gyoza de champignons
grelhados e purê de espinafre; ou ovo poché com creme de aspargos e
parmesão. Entre os pratos, o destaque é o porco confit, servido com
legumes e polenta, uma sútil referência à infância da brasileira vivida
na roça.O sucesso é tanto que o casal acabou de abrir outro restaurante no mesmo bairro. Chama-se Bistrot Tempero e a proposta é a mesma do outro, com a diferença de que o casal, agora, não trabalha mais junto na cozinha. Olivier é o chef do Bistrot Tempero e Alessandra, do Tempero.
Pannacota com compota de manga, maracujá e zest de limão
Ter um restaurante de destaque em Paris não estava nem perto dos
planos da brasileira quando chegou a Paris em 2000 para fazer um curso
de francês na Sorbonne. “Eu era professora primária e queria aprender
outro idioma para tentar um trabalho melhor no Brasil”, explica. Mas,
quando estava praticamente com as malas prontas para voltar para casa,
conheceu o marido em um jantar na casa de amigos. O amor pela cozinha os
uniu. Olivier Montagne era formado em cinema pelo Conservatoire du
Cinéma Français e trabalhava como editor de documentários. O projeto de
abrir um restaurante veio em 2007. Olivier foi abandonando aos poucos a
carreira no cinema, trabalhando como editor freelancer e chef a
domicílio.Enquanto isso, Alessandra foi estudar no Lycée des Métiers de L’Hôtellerie Jean Drouant, em Paris. Fez curso técnico de cozinha e pâtisserie, com duração de dois anos. Nesse período, fez dois estágios. Passou um ano na cozinha do Ze Kitchen Galerie, do chef William Ledeuil, e outro ano no laboratório de pâtisserie da Grande Épicerie de Paris, um dos principais empórios da capital francesa, que fica na loja de departamentos Bon Marché. “Eles têm um laboratório incrível, de 450 metros quadrados. Todas as preparações são feitas no local mesmo. Foi uma experiência muito importante”, diz Alessandra.
Hoje, além de manter as duas casas, Alessandra também dá cursos de culinária e pâtisserie, inclusive para turistas brasileiros em Paris. Os dois restaurantes do casal funcionam de segunda a sexta-feira das 12 horas às 14h30, e às quintas e sextas abrem também para jantar, até as 22 horas.
Na capa. A mais recente edição da revista do guia Gault et Millau destaca 70 casas com preços camaradas na capital francesa. Na capa, Alessandra segura a placa que anuncia o almoço com entrada, prato e sobremesa a 20 euros.
SERVIÇO – Tempero
5, rue Clisson – Paris
www.tempero.fr
Tel.: + 33 (0) 954 17 4888
quarta-feira, 9 de julho de 2014
Assinar:
Postagens (Atom)