conchas "mocambique" Donax hanleyanus Philippi
Teorias, pesquisas e reflexões sobre a gastronomia brasileira, por Quentin Geenen de Saint Maur
sexta-feira, 25 de janeiro de 2013
terça-feira, 22 de janeiro de 2013
Paladar do 21/01/2013
Em defesa do terroir brasileiro
Por Júnior Milério
Com as prateleiras dos supermercados sempre cheias e a facilidade de
encontrar (quase) tudo em qualquer período do ano, valorizar a origem de cada
ingrediente é algo que tem ficado distante das preocupações do cotidiano. Mas há
não muito tempo, antes de pensar no cardápio diário, ainda nos perguntávamos: é
época de quê?
Voltar a considerar a sazonalidade de cada produto é um conceito que vem
gerando iniciativas ao redor do mundo. Acompanhando essa tendência e com a
proposta de aproximar comensais, produtores e chefs, o projeto Outstanding in
the Field foi idealizado pelo chef Jim Denevan, já em 1999, nos Estados Unidos.
A ideia é conscientizar a sociedade sobre o percurso de cada ingrediente. Do
campo, passando pela cozinha, até chegar à mesa. Sempre com refeições onde os
protagonistas são os produtos locais.
Com edições no Brasil desde março do ano passado, e nome aportuguesado, o
Gastronômade já está com a agenda de 2013 programada. Em março, os almoços serão
realizados em seis Estados brasileiros (Rio, Minas, Santa Catarina, Rio Grande
do Sul, Paraná e São Paulo), e também no Distrito Federal.
A estreia ficará por conta da chef Roberta Sudbrack, no dia 2, no Portobello
Resort & Safari, em Mangaratiba, Rio de Janeiro. Em seguida, dia 9, o chef
William Chen Yen recepciona os convidados no Jardim Botânico de Brasília.
Renata Runge, representante do projeto no Brasil, diz que o primeiro passo
para realizar o evento é mapear produtores e chefs engajados com a valorização
de produtos locais. Chen Yen, por exemplo, afirma que vai usar ervas e flores
cultivadas no próprio Jardim Botânico.
Marcelo Schambeck, chef da versão gaúcha do Gastronômade, conta que está em
contato com produtores da região para saber quais ingredientes serão colhidos no
começo do ano. Mas garante que, no modo de preparo, vai priorizar o típico fogo
de chão do Rio Grande do Sul.
Ao todo, a organização pretende realizar 15 eventos no Brasil este ano,
também contemplando o nordeste, no segundo semestre, onde, até o momento, a
Bahia é o único estado confirmado.
Confira todos os chefs participantes, locais, datas e valores. O preço é
referente ao primeiro lote e inclui bebidas e serviço. Os ingressos podem ser
adquiridos no site do
evento.
Rio de Janeiro
Chef: Roberta Sudbrack
Quando: 2 de março, às 13h
Onde: Portobello Resort & Safari
Quanto: R$ 235
www.haraslarissa.com.br
Chef: Roberta Sudbrack
Quando: 2 de março, às 13h
Onde: Portobello Resort & Safari
Quanto: R$ 235
www.haraslarissa.com.br
Boa sorte a Chef Tanea Romão que mudou para Tiradentes
O Kitanda Brasil os
convida para o embarque no “Trem da Memória”
O mini espetáculo de 9 minutos, que
é o tempo que o trem fica parado na estação, para o embarque dos “passageiros”
rumo a uma nova vida, no sanatório de
Barbacena, longe de suas famílias e do seu passado, é apresentado a duas pessoas, de cada vez,
que assistem por ângulos diferentes aos encontros e desencontros dos
personagens na estação da vida.
O texto é uma livre adaptação do
conto “Sorôco sua mãe e sua filha” de Guimarães Rosa e esse “trem” envereda
pelos caminhos tortuosos da loucura, inspirado no universo de Guimarães Rosa e
nas obras de Arthur Bispo do Rosário.
O “Trem da Memória” partirá da
estação a cada 15 minutos e enquanto você espera sua partida ou após sua
chegada poderá partir rumo à outra viagem.......”a viagem gastronômica” pelos
quatro cantos do Brasil, que é o “menu degustação” do Kitanda Brasil.
Reserve o seu bilhete e Boa
Viagem!!!!!!!
Kitanda Brasil – quitandas e
quitutes
Rua Padroeiro Santo
Antonio, 240 – Cascalho – Tiradentes/MG F: 32-3355.1560 ou 32-9156.5624
segunda-feira, 21 de janeiro de 2013
Fitas de luto demonstram cidadania em Riberão da Ilha.
Mariscos e Ostras em perigo em Florianópolis.
Noticias do dia
Prefeitura de Florianópolis embarga área de vazamento de óleo da estação da Celesc
Prefeitura de Florianópolis embarga área de vazamento de óleo da estação da Celesc
Devem ser retomados amanhã os trabalhos de contenção do óleo que vazou na subestação desativada da Celesc no bairro Tapera, ao sul de Florianópolis. O medo é que a produção de marisco e de ostra na região possa ser afetada
O vazamento de 12 mil litros de óleo que pode conter ascarel, uma substância altamente perigosa e que teve a fabricação proibida no Brasil em 1981, levantou uma série de dúvidas sobre o impacto ambiental que pode causar na área afetada. Enquanto as análises que vão confirmar ou descartar a presença do ascarel na área de mar e mangue entre o Ribeirão da Ilha e a Tapera não ficam prontas (vão levar pelo menos 15 dias), a recomendação é cautela. Embora autoridades e estudiosos digam que a probabilidade de contaminação é pequena, e que o embargo das atividades de pesca e maricultura são preventivos, também não negam que o risco existe.Comprovada ou não sua existência no ambiente, o certo é que o ascarel, nome comum dado ao componente PCB (bifenila policlorada) é uma sustância altamente tóxica que se assemelha aos pesticidas e pode trazer danos irreversíveis aos organismos que tenham contato com ele. Marcio Tamanaha, professor de oceanografia e engenharia ambiental da Univali (Universidade do Vale do Itajaí), o classifica como um fluído perigoso, que age silenciosamente e que, de acordo com a quantidade de cloro existente em suas moléculas, tem ampla capacidade destrutiva.
Por conta de sua estrutura molecular quase insolúvel, o impacto ambiental provocado pelo PCB, segundo o professor, pode ser bastante severo. “Se um peixe contaminado é comido por um pássaro, automaticamente este organismo será contaminado”, explicou.
O mesmo pode acontecer com pessoas que ingerirem algum produto exposto ao ascarel. “O maior dano é via oral, na alimentação”, pontuou. Segundo Tamanaha, o efeito não é letal, mas provoca alterações genéticas nos seres contaminados, como mudanças nos estágios de reprodução, processo de engorda, crescimento e desenvolvimento do organismo: “Em alguns casos, pode ser eliminado pelas defesas do organismo, tudo depende da quantidade ingerida”.
terça-feira, 15 de janeiro de 2013
Chef Rodrigo Oliveira do restaurante Mocotó
Mocotó
- um dos pratos
mais tradicionais do Brasil preparado com ingredientes potentes e de baixo
custo, a pata da vaca sem o casco, o prato tem sua origem na tradição
portuguesa, o caldo de mão-de-vaca.
Após 3 horas de espera na calçada da Avenida Nossa Senhora do Loreto
100, num domingo chuvoso, petiscando e bebericando, conseguimos sentar, o casal belga Valérie e Geoffroy, o casal brasileiro Natasha e Marcelo, para almoçar no terraço coberto do
restaurante Mocotó.
Uma clientela na sua maioria jovem, resignada e animada ainda esperava
sua chamada por ordem de chegada.
Como sempre pedi ao Chef da casa para orientar nossa escolha de pratos.
A pergunta dele foi: É a primeira vez? Sim.
Comemos feijão-de-corda, baião-de-dois, carne-de-sol assada, paleta de cordeiro
do velho Chico e cuscuz de milho. Como sobremesa uma degustação de doces
caseiros, pudim de tapioca e tapiocas doces.
A agrura provocada pela espera nos convidados evaporou durante o almoço. Uma
emoção gustativa inundou meu ser, um sabor brasileiro atualizado, simples,
verdadeiro com conceito jovem e leve. Um grito de felicidade compartilhado na mesa - este
garoto conseguiu manter o ambiente do “meu Brasil brasileiro” e confirmar que o
tempo de novos talentos chegou.
Obrigado ao Chef Rodrigo Oliveira e a sua equipe que me deram este presente
saboroso para iniciar o ano de 2013 com a manutenção da identidade da culinária
brasileira.
sexta-feira, 4 de janeiro de 2013
Agora com vcs, a raiz do pepino.
A PRESIDENTE E OS JORNALISTAS
Brasileiro é tão bonzinho
Por Carlos Brickmann em 31/12/2012 na edição 727
Uma raríssima entrevista coletiva da presidente Dilma Rousseff, num café da
manhã com jornalistas. Primeira pergunta: assunto, teto do Fundo de Garantia.
Resposta da presidente: “Ah, essa não! Vamos tentar outro assunto”. Segunda
pergunta: assunto, aumento da gasolina. A presidente também não gostou. E
resolveu o problema das perguntas que não estavam a seu gosto: “Eu mesma começo.
Queria falar, neste final de ano (...)”
Imagine uma entrevista assim na Casa Branca. O mundo cairia. Imagine uma
entrevista assim no Iraque – onde o repórter Montazer Al Zaidi jogou um sapato
no presidente americano George Bush. Imagine uma entrevista assim em Londres,
onde o duelo entre autoridades e repórteres é duríssimo. Aqui passou na boa – e,
não fosse uma nota publicada fora do corpo da reportagem, num único jornal, o
público poderia pensar que os repórteres perguntaram o que quiseram e a
presidente da República respondeu às perguntas por eles formuladas.
Brasileiro é tão bonzinho! Não apenas repórteres de elite, escolhidos pelas redações mais importantes para cobrir o Palácio do Planalto, aceitam que o entrevistado lhes determine o que podem ou não perguntar, como este fato é deixado de fora da matéria, como se fosse irrelevante. Sua Excelência, o Consumidor de Informação, é tratado como cidadão de segunda classe: pensa que está tomando conhecimento de uma entrevista, sem saber que só as perguntas aprovadas pelo entrevistado entram na matéria.
No início da ditadura militar, quando o presidente da República, marechal Castello Branco, começou a falar em leis de imprensa (que, como hoje, eram muito mais leis de cerceamento de liberdade de expressão do que qualquer outra coisa), a grande desenhista Hilde Weber, no Jornal da Tarde, publicou uma série de charges sobre o tipo de imprensa que o marechal queria. Lembrança necessária: Castello Branco era feio de doer e sua cabeça saía direto dos ombros, dispensando o pescoço. Em várias charges demolidoras, surgiam as manchetes de que o governo militar gostaria. Por exemplo, “Castello é bonito”; “Presidente é bom de bola”, “Moda francesa quer copiar as gravatas de Castello”.
Com censura e tudo, referindo-se a uma frase clássica do ex-presidente Ernesto Geisel, de que o Brasil vivia uma “democracia relativa”, o repórter João Russo perguntou ao todo-poderoso ministro Delfim Netto se a taxa de inflação que ele apontava (e que, com base em informações do Banco Mundial, o correspondente Paulo Francis desmentia) era absoluta ou relativa. Delfim não gostou, respondeu duro, e a entrevista continuou fluindo. Num programa de entrevistas, o professor João Manuel Cardoso de Mello (hoje na Facamp, em Campinas), protagonizou um memorável duelo com Delfim Netto, perguntando o que queria e ouvindo as respostas do ministro, por sinal um excelente debatedor.
Uma repórter da Rede Bandeirantes, Ana Aragão, perguntou ao ditador de plantão, general João Figueiredo, por que ele, como havia dito, preferia o cheiro de cavalo ao cheiro do povo. Figueiredo não respondeu, mas a ausência de resposta foi o ponto principal da reportagem.
E isso na ditadura. Hoje, por que tanta mansidão dos meios de comunicação diante do poder?
Brasileiro é tão bonzinho! Não apenas repórteres de elite, escolhidos pelas redações mais importantes para cobrir o Palácio do Planalto, aceitam que o entrevistado lhes determine o que podem ou não perguntar, como este fato é deixado de fora da matéria, como se fosse irrelevante. Sua Excelência, o Consumidor de Informação, é tratado como cidadão de segunda classe: pensa que está tomando conhecimento de uma entrevista, sem saber que só as perguntas aprovadas pelo entrevistado entram na matéria.
No início da ditadura militar, quando o presidente da República, marechal Castello Branco, começou a falar em leis de imprensa (que, como hoje, eram muito mais leis de cerceamento de liberdade de expressão do que qualquer outra coisa), a grande desenhista Hilde Weber, no Jornal da Tarde, publicou uma série de charges sobre o tipo de imprensa que o marechal queria. Lembrança necessária: Castello Branco era feio de doer e sua cabeça saía direto dos ombros, dispensando o pescoço. Em várias charges demolidoras, surgiam as manchetes de que o governo militar gostaria. Por exemplo, “Castello é bonito”; “Presidente é bom de bola”, “Moda francesa quer copiar as gravatas de Castello”.
Com censura e tudo, referindo-se a uma frase clássica do ex-presidente Ernesto Geisel, de que o Brasil vivia uma “democracia relativa”, o repórter João Russo perguntou ao todo-poderoso ministro Delfim Netto se a taxa de inflação que ele apontava (e que, com base em informações do Banco Mundial, o correspondente Paulo Francis desmentia) era absoluta ou relativa. Delfim não gostou, respondeu duro, e a entrevista continuou fluindo. Num programa de entrevistas, o professor João Manuel Cardoso de Mello (hoje na Facamp, em Campinas), protagonizou um memorável duelo com Delfim Netto, perguntando o que queria e ouvindo as respostas do ministro, por sinal um excelente debatedor.
Uma repórter da Rede Bandeirantes, Ana Aragão, perguntou ao ditador de plantão, general João Figueiredo, por que ele, como havia dito, preferia o cheiro de cavalo ao cheiro do povo. Figueiredo não respondeu, mas a ausência de resposta foi o ponto principal da reportagem.
E isso na ditadura. Hoje, por que tanta mansidão dos meios de comunicação diante do poder?
Assinar:
Postagens (Atom)