QUEIJO DA
CANASTRA E DO SERRO LIBERADOS – Rio Show, O GLOBO 13.9.2013
Uma
simples medida — a montagem de dois centros de maturação, um em Medeiros, Serra
da Canastra; outro às margens do Rio Parnaíba, no Cerrado mineiro — solucionou
um impedimento que se arrastava havia décadas. Graças às duas unidades, os
queijos artesanais mineiros Canastra e Serro agora podem ser consumidos em todo
o Brasil, para a alegria geral da nação e dos chefs de cozinha, que há anos se
viam obrigados a praticar deslizes como “contrabandear” (pois é...) exemplares
para usar em suas criações. Maturados, os queijos ganharam a alforria da
Vigilância Sanitária e já ultrapassam as porteiras mineiras.
Na deli Cosa Nostra, em Ipanema, Helio Casagrande compra direto dos polos de Minas. Serra da Canastra e do Serro custam ambos R$ 36, o quilo, e deliciam com seus sabores únicos, fortes e encorpados. As particularidades do Serro resultam de uma série de fatores. Um deles é a altitude da área de produção (800 metros); o outro, que faz toda a diferença, é a alternância brusca de temperatura nas montanhas, que causa o aparecimento de bactérias que separam o soro do leite coalhado, dando origem ao “pingo”, usado como fermento natural. Já no pé da Serra da Canastra, o Canastra é Patrimônio Imaterial do Brasil desde 2008.
— O queijo da Canastra é vaca no pasto, terreno montanhoso e água de qualidade — resume o produtor João Carlos Leite, de São Roque de Minas
Roberta Ciasca, chef do Mira! Cozinha e Café, é entusiasta da queijaria nacional, seja ela de que parte do país vier:
— Não há razão para consumirmos mais queijos importados. Os brasileiros são de qualidade inquestionável — defende Ciasca, que, além de Serro e Canastra, adora coalho e, recentemente, encantou-se por um meia cura de ovelha produzido na Serra da Mantiqueira, empregado no purê de batatas que acompanha o bifão (R$ 42).
Mineira, Ana Castilho, do Aprazível, compra em Conceição do Mato Dentro. Usa as peças que traz na salada picante (R$ 34), com folhas, tomate seco caseiro, manga, pimentas e azeite de ervas; serve-as com os doces (R$ 27) feitos em tacho de cobre; e, principalmente, mistura-as na massa do pão de queijo.
— O sabor é sutil, mas sai especial. É que o Canastra, por conta do leite, é um queijo menos gorduroso — ela explica.
Mais para o Norte, outra alforria se avizinha. O queijo da Ilha de Marajó já tem selo que autoriza sua comercialização em todo o Pará. Dali para as nossas cozinhas é um (aguardadíssimo) passo...
(Luciana Fróes)
Na deli Cosa Nostra, em Ipanema, Helio Casagrande compra direto dos polos de Minas. Serra da Canastra e do Serro custam ambos R$ 36, o quilo, e deliciam com seus sabores únicos, fortes e encorpados. As particularidades do Serro resultam de uma série de fatores. Um deles é a altitude da área de produção (800 metros); o outro, que faz toda a diferença, é a alternância brusca de temperatura nas montanhas, que causa o aparecimento de bactérias que separam o soro do leite coalhado, dando origem ao “pingo”, usado como fermento natural. Já no pé da Serra da Canastra, o Canastra é Patrimônio Imaterial do Brasil desde 2008.
— O queijo da Canastra é vaca no pasto, terreno montanhoso e água de qualidade — resume o produtor João Carlos Leite, de São Roque de Minas
Roberta Ciasca, chef do Mira! Cozinha e Café, é entusiasta da queijaria nacional, seja ela de que parte do país vier:
— Não há razão para consumirmos mais queijos importados. Os brasileiros são de qualidade inquestionável — defende Ciasca, que, além de Serro e Canastra, adora coalho e, recentemente, encantou-se por um meia cura de ovelha produzido na Serra da Mantiqueira, empregado no purê de batatas que acompanha o bifão (R$ 42).
Mineira, Ana Castilho, do Aprazível, compra em Conceição do Mato Dentro. Usa as peças que traz na salada picante (R$ 34), com folhas, tomate seco caseiro, manga, pimentas e azeite de ervas; serve-as com os doces (R$ 27) feitos em tacho de cobre; e, principalmente, mistura-as na massa do pão de queijo.
— O sabor é sutil, mas sai especial. É que o Canastra, por conta do leite, é um queijo menos gorduroso — ela explica.
Mais para o Norte, outra alforria se avizinha. O queijo da Ilha de Marajó já tem selo que autoriza sua comercialização em todo o Pará. Dali para as nossas cozinhas é um (aguardadíssimo) passo...
(Luciana Fróes)