sábado, 8 de janeiro de 2011

Em 2011,lula só frita.

 
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Os chefs de restaurantes brasileiros estão na maior alegria: o verão será mais alegre do que nunca neste país. Em 2011, terão de volta um ingrediente muito apreciado pelo povo, pelas elites e pelos amantes da gastronomia, nos restaurantes, nos kioskes de beira-mar e nos botecos do Rio de Janeiro.
A razão é muito simples: no quesito frutos do mar, os cardapios terão de novo a presença do molusco do mar da classe dos cefalópodes (do grego kephale, cabeça + pous, pé/pés na cabeça). Os cromatóforos possuem, na pele, células que permitem mudança de cor, dependendo do ambiente em que se encontram, o que determina sua capacidade mimetizante. Essa particularidade permite ao molusco, quando ameaçado ou perseguido por inimigos, mudar de cor e ficar transparente para fazer de conta que não está nem aí e, assim, escapar das possiveis ameaças. Como ajuda complementar para estirpar suas vítimas, tem um par de glândulas salivares venenosas.
Para limpar a lula é necessario superar seu proprio asco. O bicho é viscoso, meloso e escorregadio. É preciso enfiar as mãos pelos pés para chegar até a boca do animal, em formato de bico de papagaio afiado, que precisa ser removida com muita atenção. Mesmo morto uma tinta preta pegajosa se libera quando você penetra suas entranhas para limpar as viceras, mais um modo de defesa do animal. Por fim, não se pode deixar de retirar a sua unica estrutura, uma haste cartilaginosa, esqueleto flexível que permite ao bicho se locomover em todos os sentidos, sem constrangimentos.
Ensopado, picadinho, recheado, grelhado ou frito é sempre bom lembrar que o molusco em si tem um sabor insípido: o tempero escolhido pode fazer toda a diferença. Outro senão é o ponto de cozimento do animal. Ele pode ficar borachento ou pastoso e, ingerido em excesso, pode prejudicar sua saúde.
Se antes poderia haver alguma confusão entre o molusco e o dirigente supremo da nação, hoje não há a mínima dúvida: molusco é molusco e ex-presidente é ex-presidente. Ex.

Diretamente de “Banânia”

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