Gerhard Erich Boehme
boehme@globo.com
(41) 8877-6354
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A desoneração seletiva da
cesta básica segue a linha da imposição de uma dieta (des)humana,
pois direciona o consumo para uma série de produtos que possuem transparência
eleitoral, são produzidos por organizações, grandes grupos, que mais facilmente financiam
campanhas e obtém financiamentos privilegiados, em especial junto ao BNDES.
Estes produtos desonerados
competem de forma privilegiada com uma infinidade de produtos mais nutritivos e
afastam o cidadão, em especial de baixa renda, de uma dieta saudável. Assim um
dos inúmeros efeitos da desoneração seletiva é que concorre de forma intensa
para a obesidade, hoje um dos principais problemas de saúde no Brasil, o qual
concorre para outros problemas, sobrecarregando os serviços públicos de saúde que já são
comprometidos com os nossas deficiências na área de saneamento – que compromete
a saúde preventiva, a escalada da violência crescente – que compromete as áreas
de medicina emergencial e intensiva, os resultados das drogas – que compromete
outras deficiências, e acidentes de trânsito e de trabalho, que produz os
mesmos efeitos que a violência.
A esta triste realidade se
soma o fato de que a desoneração seletiva promove a discriminação, não inclui
os alimentos de macrobióticos, de veganos e vegetarianos, e o que e mais grave,
promove de forma acintosa a discriminação religiosa, pois temos a alimentação
sob controle de qualidade mais rigoroso, para que um alimento se torne Kosher
ou considerado Halal. Sem contar que temos a discriminação étnica, pois o
Brasil é multiétnico e temos uma alimentação que traz consigo não apenas a
cultura, mas a tecnologia para a produção de alimentos, o que abre mercado
também para seus produtores, gera emprego, riqueza e renda, reforça a
agricultura familiar. Isso sem contar a rica alimentação regional que temos no
Brasil.
A desoneração seletiva de outros produtos, como a linha branca,
veículos e outros também traz visibilidade política, pois direciona o consumo para
uma série de produtos que possuem transparência eleitoral, são produzidos por
organizações, grandes grupos, que mais facilmente financiam campanhas e obtém
financiamentos privilegiados, em especial junto ao BNDES.
Ocorre que a capacidade de
consumo do brasileiro é limitada, não temos poupança interna, e muito menos
capacidade para criá-la, já que mais de 40% da renda do cidadão é canalizada
para fazer frente aos impostos que não retornam em bons serviços públicos,
basta ver a área de saneamento, a educação fundamental, a saúde, a prevenção ao
crime - que é deve ser subsidiária ao cidadão, e principalmente a justiça - em
especial por esta desenvolver os primeiros passos na área criminal, que é de
atribuição exclusiva do Estado, e assim deve ser, pois a justiça não pode ser
feita pela próprias mãos.
Portanto, além de ter a renda
comprometida com a elevada carga tributária, agora somada ao imposto
inflacionário, o mais cruel dos impostos já que penaliza os mais pobres, como
vemos agora com a passagens do
transporte público, o cidadão ainda tem que comprometer a sua renda para
atender às deficiências destes serviços públicos, isso quando pode, o que
reforça a limitação de capacidade de consumo. Assim o cidadão foi e é
estimulado a consumir produtos desonerados, o faz em suaves e longas, muito
longas prestações, a perder de vista, mas fica uma certeza que o navegador genovês,
e sua gerentona, que
comandam a economia nacional não previram, ou com má fé desconsideraram, o consumo destes
produtos desonerados interfere de forma cruel no mercado, pois ao retira
capacidade de consumo do cidadão, retira clientes de micro, pequenas, médias e
mesmo de grandes grupos que não gravitam nos corredores de Brasília. Esta tem
sido uma das principais causas da desindustrialização do Brasil, que retrocedeu
a patamares da década de 50 em termos de industrialização, isso em relação ao
nosso PIB, “pibinho” como muitos bons economistas citam.
Não fosse o crescimento na
área de serviços, que move o mercado interno, mas que na área do comércio se
sustenta com produtos importados, em especial os chamados produtos chingling, e
a venda do Brasil, venda esta que se dá através da venda de commodities, que
sabemos são concentradoras de emprego, riqueza e renda ao contrário dos
produtos com valor agregado, que são geradores de emprego, riqueza e renda.
Podemos ver que o Brasil se
afasta de uma verdadeira economia de mercado, e se aproxima de uma ditadura,
onde até mesmo os itens de consumo e o que alimenta o cidadão é decidido por
uma burocracia que apenas teve a competência de criar privilégios, que emPTizou
o estado e nePTizou as estatais.
Não é de se assustar portanto
que alimentamos a corrupção, que não nos indignamos com a venda do Brasil ou o
que é ainda pior, não nos indignamos com a escalada da
violência.
Não nos indignamos que a
escalada da violência teve uma forte contribuição por parte de um índio
sindicalista eleito com total apoio de uma pandilha que se organiza através de
uma entidade chamada Foro San Pablo, e que hoje governa também um país vizinho
e interfere politicamente e economicamente em outro para promover a venda da craconha, criptonita, desirée ou zirê,
muitas vezes sem que o usuário da maconha o perceba, o que invariavelmente leva
ao consumo de drogas mais pesadas. Ela vem de uma parceria formada pelos
fornecedores bolivianos de cocaína, crack e pasta
com uma associação entre os carperos, que é o MST paraguaio com uma entidade de
inspiração no narcoterrorismo colombiano, o Exército do Povo Paraguaio. E o que
assistimos nos últimos o Brasil sendo humilhado com a perda de investimentos
brasileiros, como os da nacionalização das instalações da PETROBRAS e ser
invadido pelos produtos de países vizinhos que aqui estão se fazendo presentes
em todos os cantos do país, destruindo a juventude e desestruturando famílias.
Assim podemos concluir que o
impacto da desoneração é o mesmo que o efeito de numa droga, pois aliena,
entorpece, retira renda do cidadão e a direciona a produtos que retiram dele a
qualidade de vida, a saúde ou mesmo a própria vida. O deixa feliz com drogas
sobre a mesa, um enorme carnê na gaveta e novos produtos que o encantam
visualmente, fazendo-o acreditar que ao lado dos estádios de primeiro nasceu um
país que é também de primeiro mundo. Nada mais falso, basta ver nossos indicadores sociais,
ambientais, econômicos e principalmente os indicadores de liberdade, os quais
não são ensinados em nossas universidades e desconsiderados pelos nossos
políticos, como o índice de "Liberdade Econômica", elaborado pelo
jornal "Wall Street Journal" e pela "Heritage Foundation"
dos Estados Unidos. Ele que é um indicador construído com base em fatores que
mais influenciam um enquadramento institucional favorável ao crescimento
econômico e desenvolvimento de um país.
Ele procura estabelecer uma
correlação positiva entre liberdade econômica e prosperidade, constituindo
igualmente um indicador de referência e a mais profunda fonte de informação
para investidores, executivos políticos e acadêmicos.
A questão agora é econômica,
pois o cidadão não apenas é escravo dos impostos, já que trabalha mais de 40%
para fazer frente a eles, ele é escravo dos efeitos que esta “droga” da
desoneração está a produzir no Brasil. O que nos falta é a liberdade, para que
não aumente a nossa dependência “química” a ela.
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