Teorias, pesquisas e reflexões sobre a gastronomia brasileira, por Quentin Geenen de Saint Maur
sábado, 24 de dezembro de 2011
O exemplo vem de cima
Vale ler a entrevista do Ministro Gilmar Mendes no Estadão de hoje 24/12/2011http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,ex-presidente-do-stf-critica-liminar-que-bloqueou-investigacoes-do-cnj,814737,0.htm
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
2012 começou bem!
Meus votos de sucesso e apoio para 2012 vão para a corregedora nacional de Justiça,Eliana Calmon, na sua cruzada contra os corruptos do Judiciário.
Não é limitando os poderes do CNJ que se resolve os problemas de corrupção no corporativismo judiciário.
Destaque hoje a coluna de Dora Kramer
Um ano inusitado
Não é limitando os poderes do CNJ que se resolve os problemas de corrupção no corporativismo judiciário.
Destaque hoje a coluna de Dora Kramer
Um ano inusitado
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
O "creme" pode azedar !!!
"O PAÍS (GOVERNO DILMA) ESTÁ À DERIVA"!
Marco Antonio Villa- historiador, professor da Universidade Federal de São Carlos - Folha de SP (17).
1. Neste ano ficou provado, mais uma vez, que o presidencialismo de transação é um fracasso. A partilha irresponsável da máquina pública paralisou o governo. A incapacidade de gestão -já tão presente no final da Presidência de Lula- se aprofundou. A piora do quadro internacional não trouxe qualquer tipo de preocupação para o conjunto do governo.
2. O governo brasileiro mantém-se como um observador passivo, e demonstrando até certo prazer mórbido com os problemas europeus e com a dificuldade da recuperação dos Estados Unidos. Como se não pudesse ser atingido gravemente pelos efeitos de uma crise no centro do sistema capitalista.
3. O país está à deriva. Navega por inércia. A queda da projeção da taxa de crescimento é simplesmente uma mostra da incompetência. Mas o pior está por vir. Não foi desenvolvido nenhum plano para enfrentar com êxito a nova situação internacional. Tempo não faltou. Assim como sinais preocupantes no conjunto da economia e nas contas públicas. A bazófia e o discurso vazio não são a melhor forma de enfrentar as dificuldades. É fundamental ter iniciativa, originalidade, propostas exequíveis e quadros técnicos com capacidade administrativa, mas o essencial é mudar a lógica perversa deste arranjo de governo.
4. Dizendo o óbvio -que na nossa política nem sempre é evidente-, o objetivo do governo não é saciar a base de sustentação política com o saque do erário, como vem ocorrendo até hoje. Deve ter um mínimo de responsabilidade republicana, pensar no país, e não somente no projeto continuísta.
Marco Antonio Villa- historiador, professor da Universidade Federal de São Carlos - Folha de SP (17).
1. Neste ano ficou provado, mais uma vez, que o presidencialismo de transação é um fracasso. A partilha irresponsável da máquina pública paralisou o governo. A incapacidade de gestão -já tão presente no final da Presidência de Lula- se aprofundou. A piora do quadro internacional não trouxe qualquer tipo de preocupação para o conjunto do governo.
2. O governo brasileiro mantém-se como um observador passivo, e demonstrando até certo prazer mórbido com os problemas europeus e com a dificuldade da recuperação dos Estados Unidos. Como se não pudesse ser atingido gravemente pelos efeitos de uma crise no centro do sistema capitalista.
3. O país está à deriva. Navega por inércia. A queda da projeção da taxa de crescimento é simplesmente uma mostra da incompetência. Mas o pior está por vir. Não foi desenvolvido nenhum plano para enfrentar com êxito a nova situação internacional. Tempo não faltou. Assim como sinais preocupantes no conjunto da economia e nas contas públicas. A bazófia e o discurso vazio não são a melhor forma de enfrentar as dificuldades. É fundamental ter iniciativa, originalidade, propostas exequíveis e quadros técnicos com capacidade administrativa, mas o essencial é mudar a lógica perversa deste arranjo de governo.
4. Dizendo o óbvio -que na nossa política nem sempre é evidente-, o objetivo do governo não é saciar a base de sustentação política com o saque do erário, como vem ocorrendo até hoje. Deve ter um mínimo de responsabilidade republicana, pensar no país, e não somente no projeto continuísta.
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
The Economist: Foie-gras production
Foie-gras production
How much is too much?
Why some duck livers are delicious, and others nasty
Dec 3rd 2011 | from the print edition
FOIE GRAS is one of the most controversial dishes on earth. To protagonists, it is simply the finest foodstuff that exists. To those opposed, it is a product of cruelty that is not far short of criminal. The overfeeding of ducks and geese, so that their livers bloat to between six and ten times their normal size and take on a buttery consistency valued by gourmets, exploits the ability of these birds to store large amounts of calorie-rich fat, which was needed to propel them on the long migrations that their wild ancestors would routinely have undertaken. The moral argument over the way foie gras is produced (by feeding the birds with grain, through a tube or a funnel) turns on whether this is merely the permissible exaggeration of a natural inclination, or is tantamount to abuse. Intriguingly, a newly published piece of research on foie-gras production suggests the quality of the product depends on exactly the same distinction.
From the chef’s point of view, one of the disturbing things about foie gras is how variable it is. Some livers, when cooked, retain their fat and thus their rich flavour. Others lose fat when heated and end up tasting terrible. To try to work out why, Caroline Molette, a biologist at the University of Toulouse, did some experiments. Her results, just published in the Journal of Agricultural and Food Chemistry, suggest that the difference is whether the liver in question is truly healthy or not.
In this section
The fat of the land
The hare and the tortoise
»How much is too much?
Boom and bust
ReprintsDr Molette and her colleagues raised 150 male mule ducks (a cross between Pekin and Muscovy ducks that is often used to produce foie gras) for 13 weeks in standard poultry-house conditions and then transferred them into individual enclosures. For a further 12 days the birds were fattened up with a mash of grain and flour—the usual procedure for enlarging their livers. They were then slaughtered, their livers removed, and those livers immediately trimmed of their blood vessels and chilled for six hours.
So far, so normal. But instead of cooking the whole things, Dr Molette removed a 200-gram sample from each liver (an average liver weighed 550 grams) and put the rest in cold storage. She then placed each sample into a jar with a bit of salt and pepper, and cooked it for an hour. As she expected, some livers released a lot of fat when cooked while others released little. Armed with this information, she was able to turn her attention back to the uncooked sections of the livers and see if she could find any systematic chemical differences between them.
Using a combination of electrophoresis (which sorts proteins according to their size and electrical properties) and mass spectrometry (which sorts fragments of those proteins according to their weight), she was able to do just that. The upshot was that the fat-retaining livers were rich in a variety of proteins known to help the body digest and store food. In the fat-shedding livers, by contrast, she found high concentrations of a protein called fatty-acid-binding-protein 4. In a human liver, this would be a marker of disease. Put simply, the fat-retaining livers are healthy while the fat-shedding ones are not.
Both sides of the debate, then, are right. Foie-gras production can be a form of abuse but is not necessarily so, for an enlarged liver can still be healthy. The question is, how do you draw the line?
Dr Molette’s ducks were all treated similarly, and their livers were of more or less the same size (certainly, the fat-shedding ones were not systematically heavier). The search is therefore on for some way to tell in advance which animals will respond positively to extra helpings and which will not. That knowledge would help farmers, gourmets and animal-lovers alike.
How much is too much?
Why some duck livers are delicious, and others nasty
Dec 3rd 2011 | from the print edition
FOIE GRAS is one of the most controversial dishes on earth. To protagonists, it is simply the finest foodstuff that exists. To those opposed, it is a product of cruelty that is not far short of criminal. The overfeeding of ducks and geese, so that their livers bloat to between six and ten times their normal size and take on a buttery consistency valued by gourmets, exploits the ability of these birds to store large amounts of calorie-rich fat, which was needed to propel them on the long migrations that their wild ancestors would routinely have undertaken. The moral argument over the way foie gras is produced (by feeding the birds with grain, through a tube or a funnel) turns on whether this is merely the permissible exaggeration of a natural inclination, or is tantamount to abuse. Intriguingly, a newly published piece of research on foie-gras production suggests the quality of the product depends on exactly the same distinction.
From the chef’s point of view, one of the disturbing things about foie gras is how variable it is. Some livers, when cooked, retain their fat and thus their rich flavour. Others lose fat when heated and end up tasting terrible. To try to work out why, Caroline Molette, a biologist at the University of Toulouse, did some experiments. Her results, just published in the Journal of Agricultural and Food Chemistry, suggest that the difference is whether the liver in question is truly healthy or not.
In this section
The fat of the land
The hare and the tortoise
»How much is too much?
Boom and bust
ReprintsDr Molette and her colleagues raised 150 male mule ducks (a cross between Pekin and Muscovy ducks that is often used to produce foie gras) for 13 weeks in standard poultry-house conditions and then transferred them into individual enclosures. For a further 12 days the birds were fattened up with a mash of grain and flour—the usual procedure for enlarging their livers. They were then slaughtered, their livers removed, and those livers immediately trimmed of their blood vessels and chilled for six hours.
So far, so normal. But instead of cooking the whole things, Dr Molette removed a 200-gram sample from each liver (an average liver weighed 550 grams) and put the rest in cold storage. She then placed each sample into a jar with a bit of salt and pepper, and cooked it for an hour. As she expected, some livers released a lot of fat when cooked while others released little. Armed with this information, she was able to turn her attention back to the uncooked sections of the livers and see if she could find any systematic chemical differences between them.
Using a combination of electrophoresis (which sorts proteins according to their size and electrical properties) and mass spectrometry (which sorts fragments of those proteins according to their weight), she was able to do just that. The upshot was that the fat-retaining livers were rich in a variety of proteins known to help the body digest and store food. In the fat-shedding livers, by contrast, she found high concentrations of a protein called fatty-acid-binding-protein 4. In a human liver, this would be a marker of disease. Put simply, the fat-retaining livers are healthy while the fat-shedding ones are not.
Both sides of the debate, then, are right. Foie-gras production can be a form of abuse but is not necessarily so, for an enlarged liver can still be healthy. The question is, how do you draw the line?
Dr Molette’s ducks were all treated similarly, and their livers were of more or less the same size (certainly, the fat-shedding ones were not systematically heavier). The search is therefore on for some way to tell in advance which animals will respond positively to extra helpings and which will not. That knowledge would help farmers, gourmets and animal-lovers alike.
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
Brasil brasileiro
Janaina Fidalgo - O Estado de S.Paulo
SAN SEBASTIÁN - Querendo ser local, mas mantendo os "poros abertos para o global", a vanguarda da gastronomia espanhola abriu espaço nesta edição do San Sebastián Gastronomika, encerrada ontem no País Basco, para uma lufada de ar fresco de três "cozinhas emergentes": Brasil, México e Peru.
Divulgação
Brigada cabocla. Entre os integrantes, Claude, Roberta, Rodrigo, Helena. Alex e Thomas: pela primeira vez uma delegação de chefs brasileiros vai unida a um congresso de gastronomia
Foi a primeira vez que uma delegação de chefs brasileiros viajou junta a um congresso de gastronomia. E a estreia coletiva, num momento em que muito se falou sobre a necessidade de haver uma integração mundial entre os cozinheiros, não poderia ter sido mais simbólica. Teve como cenário essa cidade que, ainda que pequena, tem três triestrelados Michelin - Arzak, Akelarre e Martín Berasategui.
"A cozinha brasileira está com uma saúde que nunca teve. É impressionante como subiu em poucos anos e a passos largos", disse Berasategui ao Paladar. "O que o Brasil tem de forte neste momento é o fato de diferentes gerações de cozinheiros estarem vestindo a mesma camisa. Isso faz com que tenha uma das mais importantes cozinhas do mundo."
Citando o exemplo da cozinha espanhola, Pedro Subijana, do Akelarre, disse que o reconhecimento e a repercussão da gastronomia de um país é resultado de trabalho duro e insistência. "Durante anos ninguém nos deu respaldo, nem as instituições nem ninguém. Tínhamos objetivos bem definidos. Mas só depois que nos valorizaram fora foi que os de casa nos reconheceram."
Se depender da atenção que o Brasil conquistou nesta edição, ao menos dos chefs espanhóis que ocuparam a primeira fileira do Palácio Kursaal, parte do caminho está trilhado. Coube aos brasileiros a abertura do Gastronomika, na última segunda-feira - bem, na verdade, a um francês, ainda que brasileiríssimo.
Apontado por Alex Atala como um dos precursores do que hoje se entende por cozinha brasileira, Claude Troisgros passeou, junto do filho, Thomas, por criações marcantes em sua carreira, como o caviar de tapioca.
Helena Rizzo levou seus exercícios de fruição, expressos numa poesia escrita por ela e nas experiências com a araruta - ingrediente de cultura quase abandonada que chegou ao cardápio do Maní por vias tortuosas, depois de uma viagem ao Japão. Num vídeo com cenas rurais intercaladas a outras gravadas no restaurante, Helena apresentou um produtor baiano de araruta, seu Pedro Cone, e compartilhou a dificuldade de conseguir licuri fresco, "o coquinho de vida curta que, logo depois de colhido, fica rançoso".
Na apresentação seguinte, Rodrigo Oliveira recorreu a uma combinação infalível para teletransportar o público ao Mocotó: uma dose de cachaça e o crec-crec do torresmo, uma "língua universal". Compartilhou a maneira como aprimorou a técnica de preparo do torresmo, alertou para o desaparecimento da cozinha dos cozidos e brincou ao associar uma das técnicas da cozinha tecnoemocional, a esferificação, à perfeição da fava. "É uma cápsula de purê. Já nasce esferificada."
A ênfase no produto e no produtor foi a tônica da aula de Roberta Sudbrack. Conhecida por eleger a cada ano um ingrediente de estudo, falou do milho plantado por d. Virgínia: "Meu mise en place começa no quintal dos produtores". Com ele, fez um curau servido com pele de banana.
Último brasileiro a se apresentar, Alex Atala adotou um tom mais político ao lamentar a falta de apoio do governo na divulgação da gastronomia brasileira. Questionou o que é inovação na cozinha, ao defender a criatividade quando ela tem utilidade, e disse que, se ainda há sabores a serem descobertos, eles estão na América Latina. "Somos a maior despensa de produtos a serem revelados. Sem exagero, podemos afirmar que o futuro da gastronomia passa pela Amazônia e pelo Cerrado", disse Atala.
SAN SEBASTIÁN - Querendo ser local, mas mantendo os "poros abertos para o global", a vanguarda da gastronomia espanhola abriu espaço nesta edição do San Sebastián Gastronomika, encerrada ontem no País Basco, para uma lufada de ar fresco de três "cozinhas emergentes": Brasil, México e Peru.
Divulgação
Brigada cabocla. Entre os integrantes, Claude, Roberta, Rodrigo, Helena. Alex e Thomas: pela primeira vez uma delegação de chefs brasileiros vai unida a um congresso de gastronomia
Foi a primeira vez que uma delegação de chefs brasileiros viajou junta a um congresso de gastronomia. E a estreia coletiva, num momento em que muito se falou sobre a necessidade de haver uma integração mundial entre os cozinheiros, não poderia ter sido mais simbólica. Teve como cenário essa cidade que, ainda que pequena, tem três triestrelados Michelin - Arzak, Akelarre e Martín Berasategui.
"A cozinha brasileira está com uma saúde que nunca teve. É impressionante como subiu em poucos anos e a passos largos", disse Berasategui ao Paladar. "O que o Brasil tem de forte neste momento é o fato de diferentes gerações de cozinheiros estarem vestindo a mesma camisa. Isso faz com que tenha uma das mais importantes cozinhas do mundo."
Citando o exemplo da cozinha espanhola, Pedro Subijana, do Akelarre, disse que o reconhecimento e a repercussão da gastronomia de um país é resultado de trabalho duro e insistência. "Durante anos ninguém nos deu respaldo, nem as instituições nem ninguém. Tínhamos objetivos bem definidos. Mas só depois que nos valorizaram fora foi que os de casa nos reconheceram."
Se depender da atenção que o Brasil conquistou nesta edição, ao menos dos chefs espanhóis que ocuparam a primeira fileira do Palácio Kursaal, parte do caminho está trilhado. Coube aos brasileiros a abertura do Gastronomika, na última segunda-feira - bem, na verdade, a um francês, ainda que brasileiríssimo.
Apontado por Alex Atala como um dos precursores do que hoje se entende por cozinha brasileira, Claude Troisgros passeou, junto do filho, Thomas, por criações marcantes em sua carreira, como o caviar de tapioca.
Helena Rizzo levou seus exercícios de fruição, expressos numa poesia escrita por ela e nas experiências com a araruta - ingrediente de cultura quase abandonada que chegou ao cardápio do Maní por vias tortuosas, depois de uma viagem ao Japão. Num vídeo com cenas rurais intercaladas a outras gravadas no restaurante, Helena apresentou um produtor baiano de araruta, seu Pedro Cone, e compartilhou a dificuldade de conseguir licuri fresco, "o coquinho de vida curta que, logo depois de colhido, fica rançoso".
Na apresentação seguinte, Rodrigo Oliveira recorreu a uma combinação infalível para teletransportar o público ao Mocotó: uma dose de cachaça e o crec-crec do torresmo, uma "língua universal". Compartilhou a maneira como aprimorou a técnica de preparo do torresmo, alertou para o desaparecimento da cozinha dos cozidos e brincou ao associar uma das técnicas da cozinha tecnoemocional, a esferificação, à perfeição da fava. "É uma cápsula de purê. Já nasce esferificada."
A ênfase no produto e no produtor foi a tônica da aula de Roberta Sudbrack. Conhecida por eleger a cada ano um ingrediente de estudo, falou do milho plantado por d. Virgínia: "Meu mise en place começa no quintal dos produtores". Com ele, fez um curau servido com pele de banana.
Último brasileiro a se apresentar, Alex Atala adotou um tom mais político ao lamentar a falta de apoio do governo na divulgação da gastronomia brasileira. Questionou o que é inovação na cozinha, ao defender a criatividade quando ela tem utilidade, e disse que, se ainda há sabores a serem descobertos, eles estão na América Latina. "Somos a maior despensa de produtos a serem revelados. Sem exagero, podemos afirmar que o futuro da gastronomia passa pela Amazônia e pelo Cerrado", disse Atala.
domingo, 6 de novembro de 2011
ONGs do bem e ONGs do mal. Prq?
Fernando Henrique Cardoso - O Estado de S.Paulo
O novo ministro do Esporte, Aldo Rebelo, afirmou recentemente que os desmandos que ocorreram em sua pasta se devem a que as ONGs passaram a ter maior participação na concretização de políticas públicas. E sentenciou: ele só fará convênios com prefeituras, não mais com segmentos da sociedade civil. Ou seja, em vez de destrinchar o que ocorre na administração federal e de analisar as bases reais do poder e da corrupção, encontra um bode expiatório fora do governo.
No caso, quanto eu saiba, é opinião de pessoa que não tem as mãos sujas por desvios de recursos públicos. Não se trata, portanto, de simples cortina de fumaça para obscurecer práticas corruptas. São palavras que expressam a visão de mundo do novo ministro: o que pertence ao "Estado", ao governo, é correto; o que vem de fora, da sociedade, traz impurezas... O mal estaria nas ONGs em si, não no desvio de suas funções nem na falta de fiscalização, cuja responsabilidade é dos partidos e dos governos.
Esse tipo de ideologia vem associado a outra perversão corrente: fora do partido e do governo nada é ético; já o que se faz dentro do governo para beneficiar o partido encontra justificativa e se torna ético por definição.
Repete-se algo do mensalão. Naquele episódio, já estava presente a ideologia que santifica o Estado e faz de conta que não vê o desvio de dinheiro público, desde que seja para ajudar os partidos "populares" a se manterem no poder. Com uma diferença: no mensalão desviavam-se recursos públicos e de empresas para pagar gastos eleitorais e para obter apoio de alguns políticos. Agora são os partidos que se aninham em ministérios e, mesmo fora das eleições, constroem redes de arrecadação por onde passam recursos públicos que abastecem suas caixas e os bolsos de alguns dirigentes, militantes e cúmplices.
A corrupção e, mais do que ela, o "fisiologismo", o clientelismo tradicional, sempre existiram. Depois da redemocratização, começando nas prefeituras, o PT - e não só ele - enveredou pelo caminho de buscar recursos para o partido nas empresas de coleta de lixo e de transporte público (sem ONGs no meio...). Há, entretanto, uma diferença essencial na comparação com o que se vê hoje na esfera federal. Antes o desvio de recursos roçava o poder, mas não era condição para o seu exercício. Agora os partidos exigem ministérios e postos administrativos para obterem recursos que permitam sua expansão, atraindo militantes e apoios com as benesses que extraem do Estado. É sob essa condição que dão votos ao governo no Congresso. O que era episódico se tornou um "sistema", o que era desvio individual de conduta se tornou prática aceita para garantir a "governabilidade".
Dessa forma, as "bases" dos governos resultam mais da composição de interesses materiais que da convergência de opiniões. Com isso perdem sentido as distinções programáticas, para não falar nas ideológicas: tanto faz que o partido se diga "de esquerda", como o PC do B, ou centrista, como o PMDB, ou de centro-direita, como o PR, ou que epíteto tenham, todos são condôminos do Estado. Há apenas dois lados, o dos condôminos e o dos que estão fora da partilha do saque. O antigo lema "é dando que se recebe", popularizado pelo deputado Cardoso Alves no governo Sarney, referia-se às nomeações, ao apadrinhamento, que, eventualmente, poderiam levar à corrupção, mas em si mesmo não o eram. Tratava-se da forma tradicional, clientelista, de fazer política.
Hoje é diferente. Além da forma tradicional - que continua a existir -, há uma nova maneira "legitimada" de garantir apoios: a doação quase explícita de ministérios com as "porteiras fechadas" aos partidos sócios do poder. Digo "legitimada" porque desde o mensalão o próprio presidente Lula outra coisa não fez senão justificar esse "sistema", como ainda agora, no caso da demissão dos ministros acusados de corrupção, aos quais pediu que tivessem "casca dura" - ou queria dizer caradura? - e se mantivessem no cargo. Num clima de bonança econômica, a aceitação tácita deste estado de coisas por um líder popular ajuda a transformar o desvio em norma mais ou menos aceita pela sociedade.
Pois bem, parece-me grave que, no momento em que a presidenta esboça uma reação a esse lavar de mãos, um ministro reitere a velha cantilena: a contaminação adveio das ONGs. Esqueceu que o governo tem a responsabilidade primordial de cuidar da moral do Estado. Não há Estado que seja por si só moral, nem partido que seja imune à corrupção pela graça divina. Pior, que não se possa tornar cúmplice de um sistema que se baseie na corrupção.
O "sistema" reage a essa argumentação dizendo tratar-se de "moralismo udenista", referência às críticas que a UDN fazia aos governos do passado, como se ao povo não interessasse a moral republicana. Ledo engano. É só discutir o tema relacionando-o, por exemplo, com trapalhadas com a Copa para ver se o povo reage ou não aos desmandos e à corrupção. A alegação antimoralista faz parte da mesma toada de "legitimação" dos "malfeitos". Não me parece que a anunciada faxina, embora longe de haver sido completa, tenha tirado apoios populares da presidenta. O obstáculo a uma eventual faxina não é a falta de apoio popular, mas a resistência do "sistema", como se viu na troca de um ministro por outro do mesmo partido, possivelmente também para preservar um ex-titular do mesmo ministério que trocou o PC do B pelo PT e hoje governa o Distrito Federal. Estamos diante de um sistema político que começa a ter a corrupção como esteio, mais do que simplesmente diante de pessoas corruptas.
Ainda há tempo para reagir. Mas é preciso ir mais longe e mais rápido na correção de rumos. E nesse esforço as oposições não se devem omitir. Podem lutar no Congresso por uma lei, por exemplo, que limite o número de ministérios e outra, se não a mesma, que restrinja ao máximo as nomeações fora dos quadros de funcionários. Por que não explicitar as condições para que as ONGs se tornem aptas a receber dinheiros públicos? Os desmandos não se restringem ao Ministério do Esporte, há outros na fila. Os dossiês da mídia devem estar repletos de denúncias. Não adianta dizer que se trata de "conspirações" contra os interesses populares. É da salvaguarda deles que se trata.
SOCIÓLOGO, FOI PRESIDENTE DA REPÚBLICA
O novo ministro do Esporte, Aldo Rebelo, afirmou recentemente que os desmandos que ocorreram em sua pasta se devem a que as ONGs passaram a ter maior participação na concretização de políticas públicas. E sentenciou: ele só fará convênios com prefeituras, não mais com segmentos da sociedade civil. Ou seja, em vez de destrinchar o que ocorre na administração federal e de analisar as bases reais do poder e da corrupção, encontra um bode expiatório fora do governo.
No caso, quanto eu saiba, é opinião de pessoa que não tem as mãos sujas por desvios de recursos públicos. Não se trata, portanto, de simples cortina de fumaça para obscurecer práticas corruptas. São palavras que expressam a visão de mundo do novo ministro: o que pertence ao "Estado", ao governo, é correto; o que vem de fora, da sociedade, traz impurezas... O mal estaria nas ONGs em si, não no desvio de suas funções nem na falta de fiscalização, cuja responsabilidade é dos partidos e dos governos.
Esse tipo de ideologia vem associado a outra perversão corrente: fora do partido e do governo nada é ético; já o que se faz dentro do governo para beneficiar o partido encontra justificativa e se torna ético por definição.
Repete-se algo do mensalão. Naquele episódio, já estava presente a ideologia que santifica o Estado e faz de conta que não vê o desvio de dinheiro público, desde que seja para ajudar os partidos "populares" a se manterem no poder. Com uma diferença: no mensalão desviavam-se recursos públicos e de empresas para pagar gastos eleitorais e para obter apoio de alguns políticos. Agora são os partidos que se aninham em ministérios e, mesmo fora das eleições, constroem redes de arrecadação por onde passam recursos públicos que abastecem suas caixas e os bolsos de alguns dirigentes, militantes e cúmplices.
A corrupção e, mais do que ela, o "fisiologismo", o clientelismo tradicional, sempre existiram. Depois da redemocratização, começando nas prefeituras, o PT - e não só ele - enveredou pelo caminho de buscar recursos para o partido nas empresas de coleta de lixo e de transporte público (sem ONGs no meio...). Há, entretanto, uma diferença essencial na comparação com o que se vê hoje na esfera federal. Antes o desvio de recursos roçava o poder, mas não era condição para o seu exercício. Agora os partidos exigem ministérios e postos administrativos para obterem recursos que permitam sua expansão, atraindo militantes e apoios com as benesses que extraem do Estado. É sob essa condição que dão votos ao governo no Congresso. O que era episódico se tornou um "sistema", o que era desvio individual de conduta se tornou prática aceita para garantir a "governabilidade".
Dessa forma, as "bases" dos governos resultam mais da composição de interesses materiais que da convergência de opiniões. Com isso perdem sentido as distinções programáticas, para não falar nas ideológicas: tanto faz que o partido se diga "de esquerda", como o PC do B, ou centrista, como o PMDB, ou de centro-direita, como o PR, ou que epíteto tenham, todos são condôminos do Estado. Há apenas dois lados, o dos condôminos e o dos que estão fora da partilha do saque. O antigo lema "é dando que se recebe", popularizado pelo deputado Cardoso Alves no governo Sarney, referia-se às nomeações, ao apadrinhamento, que, eventualmente, poderiam levar à corrupção, mas em si mesmo não o eram. Tratava-se da forma tradicional, clientelista, de fazer política.
Hoje é diferente. Além da forma tradicional - que continua a existir -, há uma nova maneira "legitimada" de garantir apoios: a doação quase explícita de ministérios com as "porteiras fechadas" aos partidos sócios do poder. Digo "legitimada" porque desde o mensalão o próprio presidente Lula outra coisa não fez senão justificar esse "sistema", como ainda agora, no caso da demissão dos ministros acusados de corrupção, aos quais pediu que tivessem "casca dura" - ou queria dizer caradura? - e se mantivessem no cargo. Num clima de bonança econômica, a aceitação tácita deste estado de coisas por um líder popular ajuda a transformar o desvio em norma mais ou menos aceita pela sociedade.
Pois bem, parece-me grave que, no momento em que a presidenta esboça uma reação a esse lavar de mãos, um ministro reitere a velha cantilena: a contaminação adveio das ONGs. Esqueceu que o governo tem a responsabilidade primordial de cuidar da moral do Estado. Não há Estado que seja por si só moral, nem partido que seja imune à corrupção pela graça divina. Pior, que não se possa tornar cúmplice de um sistema que se baseie na corrupção.
O "sistema" reage a essa argumentação dizendo tratar-se de "moralismo udenista", referência às críticas que a UDN fazia aos governos do passado, como se ao povo não interessasse a moral republicana. Ledo engano. É só discutir o tema relacionando-o, por exemplo, com trapalhadas com a Copa para ver se o povo reage ou não aos desmandos e à corrupção. A alegação antimoralista faz parte da mesma toada de "legitimação" dos "malfeitos". Não me parece que a anunciada faxina, embora longe de haver sido completa, tenha tirado apoios populares da presidenta. O obstáculo a uma eventual faxina não é a falta de apoio popular, mas a resistência do "sistema", como se viu na troca de um ministro por outro do mesmo partido, possivelmente também para preservar um ex-titular do mesmo ministério que trocou o PC do B pelo PT e hoje governa o Distrito Federal. Estamos diante de um sistema político que começa a ter a corrupção como esteio, mais do que simplesmente diante de pessoas corruptas.
Ainda há tempo para reagir. Mas é preciso ir mais longe e mais rápido na correção de rumos. E nesse esforço as oposições não se devem omitir. Podem lutar no Congresso por uma lei, por exemplo, que limite o número de ministérios e outra, se não a mesma, que restrinja ao máximo as nomeações fora dos quadros de funcionários. Por que não explicitar as condições para que as ONGs se tornem aptas a receber dinheiros públicos? Os desmandos não se restringem ao Ministério do Esporte, há outros na fila. Os dossiês da mídia devem estar repletos de denúncias. Não adianta dizer que se trata de "conspirações" contra os interesses populares. É da salvaguarda deles que se trata.
SOCIÓLOGO, FOI PRESIDENTE DA REPÚBLICA
domingo, 23 de outubro de 2011
Aconteceu na Mantiqueira
Sábado nas nuvens de Campos do Jordão.
Fui convidado a descobrir novas ações do Ecoparque Pesca na Montanha. Já tinha elogiado para amigos que lá se fazia a mais saborosa truta defumada à moda antiga da região. É sem duvida sempre mais agradável aceitar um convite quando se tem referencia de qualidade no serviço e nos produtos oferecidos.
Num espaço privilegiado, rodeado de uma natureza exuberante de verdes e águas, Monica Simonsen apresentou o Projeto Jatayu que permite a recuperação, soltura e monitoramento de pássaros silvestres do bioma da Mata Atlântica. Para os amadores e interessados em ornitologia é a oportunidade de observar a variedade e beleza das aves no seu habitat natural.
Outro projeto integrado ao espaço com respeito à natureza foi associar aulas de arco e flecha com o professor Caio Marcondes Ferreira à pratica desse esporte em trilhas previamente preparadas e orientadas por GPS.
terça-feira, 4 de outubro de 2011
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
sábado, 1 de outubro de 2011
Mercado Municipal de Pindamonhangaba
Continuando a minha pesquisa por pequenos produtores locais e por ingredientes tipicos da região da Serra da Mantiqueira, aproveitei este sábado para visitar o Mercado Municipal de Pindamonhangaba e conferir o que está acontecendo com a identidade dos Mercados no interior de São Paulo.
Sobe um prédio de época me deparei com uma feira que remete mais a feira do Paraguai de Brasilia ou a feira do Guará que está a cada dia perdendo mais espaço na área de produtos alimentícios e ingredientes para vender as bujigangas e mercadorias importadas da Asia.
As barracas de hortalicias e frutas montadas todo sábado nos arredores do Mercado como feira livre, salvaram o meu passeio.
Viva o Mercado Municipal de Paraisópolis que mantém intacta sua função e identidade.
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
Especial de Aniversário Seis Anos
Antológico!
Só posso parabenizar o conteúdo do Caderno Especial de aniversário do Paladar de hoje quinta feira 29 de setembro de 2011.
O manifesto apresentado nos textos aponta para uma visão da gastronomia brasileira mais diversificada e subsequentemente muito mais rica.
É por ai que a Gastronomia Brasileira tem que caminhar.
Matéria completa no http://www.estadao.com.br/paladar/
Só posso parabenizar o conteúdo do Caderno Especial de aniversário do Paladar de hoje quinta feira 29 de setembro de 2011.
O manifesto apresentado nos textos aponta para uma visão da gastronomia brasileira mais diversificada e subsequentemente muito mais rica.
É por ai que a Gastronomia Brasileira tem que caminhar.
Matéria completa no http://www.estadao.com.br/paladar/
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
Cardápio indigesto
Andando por uma região de canibais, o arqueólogo chega a um restaurante escondido no meio da selva.
O cardápio chama sua atenção:
RESTAURANTE CANIBAL
só servimos carne importada
Missionário inglês frito ............................. US$ 20,00
Turista americano a moda do chef ...........US$ 25,00
Freira italiana ensopada ......................... US$ 35,00
Político brasileiro ao forno ..................... US$ 250,00
Político brasileiro do PT ao forno ........... US$ 700,00
Não aceitamos cheques.
Intrigado com a disparidade de preços, ele pergunta ao dono da espelunca a razão de os pratos elaborados com políticos brasileiros serem tão caros.
O empresário, então, explica:
- Bom, o cara lá do Brasil, que exporta para nós, garante que político
brasileiro é muito difícil de ser caçado.
Para piorar, meu cozinheiro disse que eles levam horas e horas cozinhando. E tem mais: o senhor, por acaso, já tentou limpar um?
O cardápio chama sua atenção:
RESTAURANTE CANIBAL
só servimos carne importada
Missionário inglês frito ............................. US$ 20,00
Turista americano a moda do chef ...........US$ 25,00
Freira italiana ensopada ......................... US$ 35,00
Político brasileiro ao forno ..................... US$ 250,00
Político brasileiro do PT ao forno ........... US$ 700,00
Não aceitamos cheques.
Intrigado com a disparidade de preços, ele pergunta ao dono da espelunca a razão de os pratos elaborados com políticos brasileiros serem tão caros.
O empresário, então, explica:
- Bom, o cara lá do Brasil, que exporta para nós, garante que político
brasileiro é muito difícil de ser caçado.
Para piorar, meu cozinheiro disse que eles levam horas e horas cozinhando. E tem mais: o senhor, por acaso, já tentou limpar um?
domingo, 4 de setembro de 2011
Recebi e vale refletir
“Se colocam fotos de gente morta ou doente nos maços de cigarros,
Deveriam colocar também:
de gente obesa em pacotes de batata frita,...
de animais torturados nos cosméticos,...
de acidentes de trânsito nas garrafas e latas de bebidas alcoólicas,...
de gente sem teto nas contas de água e luz,
de políticos corruptos nas guias de recolhimento de impostos”
Deveriam colocar também:
de gente obesa em pacotes de batata frita,...
de animais torturados nos cosméticos,...
de acidentes de trânsito nas garrafas e latas de bebidas alcoólicas,...
de gente sem teto nas contas de água e luz,
de políticos corruptos nas guias de recolhimento de impostos”
domingo, 28 de agosto de 2011
“Kitanda Brasil”
Domingo em Santo Antonio do Pinhal sem aquela revista Veja do “Poderoso Chefão” na banca da cidade, a se perguntar porque. Nada que a internet não resolva.
Aproveitei para ir até Gonçalves almoçar no restaurante “Kitanda Brasil” da Tanea Romão ex-sócia fundadora da empresa de geleias artesanais “Senhora das Especiarias”. O restaurante situa-se no centro da cidade e é montado em três pequenas salas de uma casa térrea típica da região, com um grande quintal arborizado que abriga, quando o tempo permite, longas mesas acolhedoras.
O serviço cuidadoso é feito por meninas dos aredores, sempre com sorriso cheio de ternura e uma bela intimidade com os petiscos.
O menu é pré-estabelecido pela cozinha e consiste numa variação de pequenos prazeres para os olhos e o paladar. O pão feito em casa é servido com várias manteigas temperadas, uma sopinha de beteraba de sabor delicado, os melhores toresmos que comi nos ultimos tempos, sutis bolinhos de arroz com miolo de queijo derretido, uma feijoada minimalista e, de sobremesa, uma sopa de queijo com doce de leite.
Posso dizer que a proposta é bem sedutora e valoriza a tranquilidade do bucólico da região.
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
Acorda cidadão! Vamos nos manifestar e apoiar a CPI da corrupção.
http://www.cpidacorrupcao.blogspot.com/
Vale ler Corrupção de Sarney a Lula por Eduardo Graeff http://www.eagora.org.br/arquivo/corrupcao-de-sarney-a-lula
Vale ler Corrupção de Sarney a Lula por Eduardo Graeff http://www.eagora.org.br/arquivo/corrupcao-de-sarney-a-lula
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
sexta-feira, 22 de julho de 2011
É nisso que dá deixar de fiscalizar a rede de supermercado que vende Pirarucu como Bacalhau
Karina Ninni - O Estado de S. Paulo
Moradores da Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Mamirauá (RDS), no Amazonas, estão denunciando ameaças de morte por parte de pescadores profissionais de Fonte Boa (AM), cidade vizinha à reserva. A denúncia foi encaminhada em forma de carta a pesquisadores e jornalistas. Os ribeirinhos, ligados às Associações de Produtores do Setor Maiana e do Setor Solimões do Meio, afirmam que pescadores de Fonte Boa estão invadindo a RDS e burlando um acordo de pesca. A carta é escrita em nome de 16 comunidades (cerca de 214 famílias ou 1070 pessoas).
"É uma região em que se formam lagos cada vez que acontece a vazante, e eles ficam cheios de peixe. Existe um acordo entre os pescadores da reserva e os de Fonte Boa, que podem pescar em alguns dos lagos. A queixa é que os 'de fora' estão invadindo a área à força e pescado em lagos que não lhes foram destinados, além de não respeitar o período em que a pesca é proibida", afirmou uma fonte que não quis se identificar e que já trabalhou em Mamirauá. Ele diz que recebeu, pelo telefone, dois chamados de socorro dos moradores da RDS, um deles relatando a ocorrência de tiros.
"É importante frisar que os comunitários chamaram a Polícia Militar de Fonte Boa e colocaram à disposição dela um barco e ajuda para combustível, mas a corporação se recusou a ir até lá", afirma a fonte.
Os ribeirinhos da RDS fazem o manejo do pirarucu, espécie considerada ameaçada e com pesca proibida o ano todo no Estado do Amazonas. A RDS Mamirauá é uma das poucas regiões do Estado do Amazonas em que as populações têm autorização do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para o manejo e a pesca da espécie, durante três meses do ano. Mas só podem ser capturados indivíduos com mais de 100 kg. "Por todo esse trabalho, temos sofrido muitas ameaças de morte", diz a carta dos comunitários. A reportagem tentou contato com uma liderança de dentro da RDS, sem sucesso.
O chefe do Departamento de Manejo e Geração de Renda do Centro Estadual de Unidades de Conservação do Amazonas (CEUC), Guillermo Moisés, afirma que o conflito foi relatado pela primeira vez há cerca de um mês, e que já esteve no local.
"Recebemos a primeira denúncia dia 20 de junho e me desloquei até lá no dia 23, para uma reunião na qual presentas várias instituições locais, representantes dos denunciantes e dos pescadores de Fonte Boa. O que acontece é que o grupo que deveria estar cuidando do zoneamento pesqueiro na região deixou de se reunir e o zoneamento não saiu. Aí, os moradores de dentro da RDS, na tentativa de chamar atenção para o fato, proibiram os outros de entrar lá. E foi aí que começou o problema. Durante minha diligência, estabelecemos que o zoneamento seja finalizado até agosto e abrimos outras áreas aos pescadores da cidade. Também enviamos um técnico nesta quarta-feira para acompanhar de perto o conflito", explicou Moisés. Ele afirma que a carta enviada aos jornalistas não cita as providências já tomadas. "É como se nada tivesse sido feito."
Polêmica
O presidente da Associação de Pescadores do município, Sebastião Neri, afirma que nada do que consta na carta dos ribeirinhos é verdade. "Não houve ameaça de morte, não houve tiro. Quer dizer, tiro houve, mas foram tiros em pássaros que os pescadores estavam caçando para se alimentar", explica.
Ele diz que os comunitários de Mamirauá é que fecharam os nove lagos em que os pescadores da cidade tinham permissão para pescar, dentro da RDS. "Não sei porque fecharam. Não fizemos nada para que isso acontecesse", afirma.
A versão é corroborada pelo diretor do Instituto de Desenvolvimento Sustentável de Fonte Boa, Arley Afonso.
"Dois comunitários lá de dentro resolveram por conta própria fechar a entrada dos lagos. Sentamos com eles e com os pescadores da cidade e explicamos que essa gestão tinha de ser participativa. ", afirma Afonso, que não soube explicar o porquê dos comunitários da RDS terem fechado os lagos aos pescadores "de fora".
A carta dos habitantes da reserva de Mamirauá fala abertamente em ameaça de morte. "Hoje, não podemos mais chegar à cidade de Fonte Boa, pois há um grupo de pescadores que querem nos matar" (sic).
"A carta e a situação nos deixam surpresos: o conflito não tem essa magnitude, não existem ameaças de morte nem nada disso", diz Arley Afonso.
Segundo Sebastião Neri, dos nove lagos que haviam sido fechados para os pescadores da cidade, três já foram reabertos. "Faltam seis ainda", completa.
Moradores da Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Mamirauá (RDS), no Amazonas, estão denunciando ameaças de morte por parte de pescadores profissionais de Fonte Boa (AM), cidade vizinha à reserva. A denúncia foi encaminhada em forma de carta a pesquisadores e jornalistas. Os ribeirinhos, ligados às Associações de Produtores do Setor Maiana e do Setor Solimões do Meio, afirmam que pescadores de Fonte Boa estão invadindo a RDS e burlando um acordo de pesca. A carta é escrita em nome de 16 comunidades (cerca de 214 famílias ou 1070 pessoas).
"É uma região em que se formam lagos cada vez que acontece a vazante, e eles ficam cheios de peixe. Existe um acordo entre os pescadores da reserva e os de Fonte Boa, que podem pescar em alguns dos lagos. A queixa é que os 'de fora' estão invadindo a área à força e pescado em lagos que não lhes foram destinados, além de não respeitar o período em que a pesca é proibida", afirmou uma fonte que não quis se identificar e que já trabalhou em Mamirauá. Ele diz que recebeu, pelo telefone, dois chamados de socorro dos moradores da RDS, um deles relatando a ocorrência de tiros.
"É importante frisar que os comunitários chamaram a Polícia Militar de Fonte Boa e colocaram à disposição dela um barco e ajuda para combustível, mas a corporação se recusou a ir até lá", afirma a fonte.
Os ribeirinhos da RDS fazem o manejo do pirarucu, espécie considerada ameaçada e com pesca proibida o ano todo no Estado do Amazonas. A RDS Mamirauá é uma das poucas regiões do Estado do Amazonas em que as populações têm autorização do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para o manejo e a pesca da espécie, durante três meses do ano. Mas só podem ser capturados indivíduos com mais de 100 kg. "Por todo esse trabalho, temos sofrido muitas ameaças de morte", diz a carta dos comunitários. A reportagem tentou contato com uma liderança de dentro da RDS, sem sucesso.
O chefe do Departamento de Manejo e Geração de Renda do Centro Estadual de Unidades de Conservação do Amazonas (CEUC), Guillermo Moisés, afirma que o conflito foi relatado pela primeira vez há cerca de um mês, e que já esteve no local.
"Recebemos a primeira denúncia dia 20 de junho e me desloquei até lá no dia 23, para uma reunião na qual presentas várias instituições locais, representantes dos denunciantes e dos pescadores de Fonte Boa. O que acontece é que o grupo que deveria estar cuidando do zoneamento pesqueiro na região deixou de se reunir e o zoneamento não saiu. Aí, os moradores de dentro da RDS, na tentativa de chamar atenção para o fato, proibiram os outros de entrar lá. E foi aí que começou o problema. Durante minha diligência, estabelecemos que o zoneamento seja finalizado até agosto e abrimos outras áreas aos pescadores da cidade. Também enviamos um técnico nesta quarta-feira para acompanhar de perto o conflito", explicou Moisés. Ele afirma que a carta enviada aos jornalistas não cita as providências já tomadas. "É como se nada tivesse sido feito."
Polêmica
O presidente da Associação de Pescadores do município, Sebastião Neri, afirma que nada do que consta na carta dos ribeirinhos é verdade. "Não houve ameaça de morte, não houve tiro. Quer dizer, tiro houve, mas foram tiros em pássaros que os pescadores estavam caçando para se alimentar", explica.
Ele diz que os comunitários de Mamirauá é que fecharam os nove lagos em que os pescadores da cidade tinham permissão para pescar, dentro da RDS. "Não sei porque fecharam. Não fizemos nada para que isso acontecesse", afirma.
A versão é corroborada pelo diretor do Instituto de Desenvolvimento Sustentável de Fonte Boa, Arley Afonso.
"Dois comunitários lá de dentro resolveram por conta própria fechar a entrada dos lagos. Sentamos com eles e com os pescadores da cidade e explicamos que essa gestão tinha de ser participativa. ", afirma Afonso, que não soube explicar o porquê dos comunitários da RDS terem fechado os lagos aos pescadores "de fora".
A carta dos habitantes da reserva de Mamirauá fala abertamente em ameaça de morte. "Hoje, não podemos mais chegar à cidade de Fonte Boa, pois há um grupo de pescadores que querem nos matar" (sic).
"A carta e a situação nos deixam surpresos: o conflito não tem essa magnitude, não existem ameaças de morte nem nada disso", diz Arley Afonso.
Segundo Sebastião Neri, dos nove lagos que haviam sido fechados para os pescadores da cidade, três já foram reabertos. "Faltam seis ainda", completa.
quinta-feira, 21 de julho de 2011
O que está errado?
Folha de São Paulo, quinta-feira, 21 de julho de 2011
Comida não viaja
Caricatos e sem viço, restaurantes de comida brasileira no exterior focam na cozinha saudosista para imigrantes e não são sucesso nem de público nem de crítica
Letícia Moreira/Folhapress
Restaurantes brasileiros no exterior têm dificuldade de encontrar cozinheiros; dos três do Rice'n'Beans, em Nova York, dois são mexicanos e só um é do Brasil
DE WASHINGTON, MADRI, PARIS, BERLIM, LOS ANGELES E NOVA YORK
O cardápio traz uma tal de "paella brasileira". Uma mistura, explica o menu, de camarões, mariscos, lula, arroz... E um molho verde de coentro, "jalapeño", agrião, alho, curry, vinho e azeite, tudo na panela de barro.
"Todo mundo pede", afirma Alcy de Souza, dono do Grill from Ipanema, restaurante brasileiro em Washington. No cardápio, há ainda um linguine de feijoada.
Os pratos, de causar estranheza, são uma caricatura da cozinha brasileira. Mesmo nos lugares mais fiéis, a lista não passa de feijão-preto, mandioca, bife acebolado, farofa, moqueca, coxinha e pão de queijo. Tudo bem-feito, mas sem brilhantismo nem arroubos de criatividade.
"A comida brasileira em Madri não tem nada a ver com o alto nível e variedade que provei quando estive no Brasil. A cena culinária de São Paulo me pareceu fora de série", afirma a jornalista Rosa Rivas, repórter de gastronomia do jornal "El País".
Para entender as dificuldades de levar a comida brasileira para fora do país, a Folha visitou restaurantes em Washington, Boston, Nova York, Los Angeles, Madri, Berlim, Londres e Paris.
IMPROVISO
Em comum, chefs e donos relatam a dificuldade de trazer ingredientes e de achar cozinheiros acostumados aos temperos do Brasil. E daí surge o improviso no fogão.
Para driblar a demora da burocracia francesa na importação dos ingredientes, o Gabriela, em Paris, usa picanha argentina, chuchu asiático, couve espanhola e arroz tailandês. O atraso faz com que os produtos cheguem do Brasil "quase vencidos".
Muitas vezes, a comida caseira improvisada nem sequer é feita por brasileiros.
No Rice'n'Beans, de Nova York, os donos são a filipina Sally Chironis e o bengalês Tito Rahman. Dos três cozinheiros, dois são mexicanos.
Alcy de Souza explica por que os cozinheiros que estão há 19 anos em seu Grill from Ipanema são salvadorenhos. "Brasileiro não fica. Quando faz um dinheirinho, já quer abrir o próprio negócio."
Resultado: sem sucesso de público nem de crítica, e de pobre ambição culinária, os restaurantes se amparam no banzo da comunidade expatriada, com foco nos imigrantes saudosistas.
No concorrido almoço de domingo, o movimento no Grill from Ipanema, em Washington, era mediano. Quase todos eram brasileiros. Alguns americanos chegaram para o "happy hour".
"Para os gringos, comida brasileira agora é churrascaria. O segmento está bombando", afirma o chef Márcio Silva, do Oryza, em São Paulo, que morou 14 anos em Nova York. "Uma pena."
O diagnóstico de Silva se repete ao redor do mundo.
Na capital espanhola, afinal, o rótulo de "brasileiro" é quase sempre colado a restaurantes que funcionam no esquema de rodízio ou bufê.
INGREDIENTES
Celso de Freitas, chef e dono do Gabriela, lamenta. "Desde 2005, o ano do Brasil na França, as coisas melhoraram, mas ainda é complicado achar ingredientes como carne-seca, requeijão e cachaça artesanal."
O Muqueca (assim mesmo, com "u"), na região de Boston, que o diga. Sem licença para vender destilados, oferece um arremedo de caipirinha com uma espécie de vinho licoroso que não passa no teste nem entre os que nunca provaram a versão original com aguardente.
Quando aparece, a clientela estrangeira vem atraída pela imagem exuberante do país no imaginário coletivo.
No Gabriela, o salão é decorado com um boneco barbudo do ex-presidente Lula, com fotos de índios, do Cristo Redentor, de Pelé. Plantas penduradas no teto criam um clima de selva.
No Café do Brasil, em Berlim, mulatas seminuas rebolam entre as mesas e capoeiristas tocam atabaque enquanto os clientes comem.
A dona, Aldacy Santos-Kleindienst, reclama da dificuldade de se firmar na cena gastronômica do descolado bairro de Kreuzberg, apesar dos dez anos do negócio.
"Você quer representar seu país, mostrar que o Brasil não é só samba, suor e cerveja, mas se sente aniquilado."
Nos EUA, a comida brasileira tem eco na culinária do sul do país, também de passado escravagista. Na Europa, os pratos às vezes são suavizados e servidos em etapas, costume local.
Na maior parte das vezes, para dar liga ao cardápio, evoca-se a ideia da comida caseira -epíteto que engole quase qualquer coisa.
(LUCIANA COELHO, LUÍSA BELCHIOR, CíNTIA CARDOSO, CAROLINA VILA-NOVA, FERNANDA EZABELLA E ÁLVARO FAGUNDES)
Comida não viaja
Caricatos e sem viço, restaurantes de comida brasileira no exterior focam na cozinha saudosista para imigrantes e não são sucesso nem de público nem de crítica
Letícia Moreira/Folhapress
Restaurantes brasileiros no exterior têm dificuldade de encontrar cozinheiros; dos três do Rice'n'Beans, em Nova York, dois são mexicanos e só um é do Brasil
DE WASHINGTON, MADRI, PARIS, BERLIM, LOS ANGELES E NOVA YORK
O cardápio traz uma tal de "paella brasileira". Uma mistura, explica o menu, de camarões, mariscos, lula, arroz... E um molho verde de coentro, "jalapeño", agrião, alho, curry, vinho e azeite, tudo na panela de barro.
"Todo mundo pede", afirma Alcy de Souza, dono do Grill from Ipanema, restaurante brasileiro em Washington. No cardápio, há ainda um linguine de feijoada.
Os pratos, de causar estranheza, são uma caricatura da cozinha brasileira. Mesmo nos lugares mais fiéis, a lista não passa de feijão-preto, mandioca, bife acebolado, farofa, moqueca, coxinha e pão de queijo. Tudo bem-feito, mas sem brilhantismo nem arroubos de criatividade.
"A comida brasileira em Madri não tem nada a ver com o alto nível e variedade que provei quando estive no Brasil. A cena culinária de São Paulo me pareceu fora de série", afirma a jornalista Rosa Rivas, repórter de gastronomia do jornal "El País".
Para entender as dificuldades de levar a comida brasileira para fora do país, a Folha visitou restaurantes em Washington, Boston, Nova York, Los Angeles, Madri, Berlim, Londres e Paris.
IMPROVISO
Em comum, chefs e donos relatam a dificuldade de trazer ingredientes e de achar cozinheiros acostumados aos temperos do Brasil. E daí surge o improviso no fogão.
Para driblar a demora da burocracia francesa na importação dos ingredientes, o Gabriela, em Paris, usa picanha argentina, chuchu asiático, couve espanhola e arroz tailandês. O atraso faz com que os produtos cheguem do Brasil "quase vencidos".
Muitas vezes, a comida caseira improvisada nem sequer é feita por brasileiros.
No Rice'n'Beans, de Nova York, os donos são a filipina Sally Chironis e o bengalês Tito Rahman. Dos três cozinheiros, dois são mexicanos.
Alcy de Souza explica por que os cozinheiros que estão há 19 anos em seu Grill from Ipanema são salvadorenhos. "Brasileiro não fica. Quando faz um dinheirinho, já quer abrir o próprio negócio."
Resultado: sem sucesso de público nem de crítica, e de pobre ambição culinária, os restaurantes se amparam no banzo da comunidade expatriada, com foco nos imigrantes saudosistas.
No concorrido almoço de domingo, o movimento no Grill from Ipanema, em Washington, era mediano. Quase todos eram brasileiros. Alguns americanos chegaram para o "happy hour".
"Para os gringos, comida brasileira agora é churrascaria. O segmento está bombando", afirma o chef Márcio Silva, do Oryza, em São Paulo, que morou 14 anos em Nova York. "Uma pena."
O diagnóstico de Silva se repete ao redor do mundo.
Na capital espanhola, afinal, o rótulo de "brasileiro" é quase sempre colado a restaurantes que funcionam no esquema de rodízio ou bufê.
INGREDIENTES
Celso de Freitas, chef e dono do Gabriela, lamenta. "Desde 2005, o ano do Brasil na França, as coisas melhoraram, mas ainda é complicado achar ingredientes como carne-seca, requeijão e cachaça artesanal."
O Muqueca (assim mesmo, com "u"), na região de Boston, que o diga. Sem licença para vender destilados, oferece um arremedo de caipirinha com uma espécie de vinho licoroso que não passa no teste nem entre os que nunca provaram a versão original com aguardente.
Quando aparece, a clientela estrangeira vem atraída pela imagem exuberante do país no imaginário coletivo.
No Gabriela, o salão é decorado com um boneco barbudo do ex-presidente Lula, com fotos de índios, do Cristo Redentor, de Pelé. Plantas penduradas no teto criam um clima de selva.
No Café do Brasil, em Berlim, mulatas seminuas rebolam entre as mesas e capoeiristas tocam atabaque enquanto os clientes comem.
A dona, Aldacy Santos-Kleindienst, reclama da dificuldade de se firmar na cena gastronômica do descolado bairro de Kreuzberg, apesar dos dez anos do negócio.
"Você quer representar seu país, mostrar que o Brasil não é só samba, suor e cerveja, mas se sente aniquilado."
Nos EUA, a comida brasileira tem eco na culinária do sul do país, também de passado escravagista. Na Europa, os pratos às vezes são suavizados e servidos em etapas, costume local.
Na maior parte das vezes, para dar liga ao cardápio, evoca-se a ideia da comida caseira -epíteto que engole quase qualquer coisa.
(LUCIANA COELHO, LUÍSA BELCHIOR, CíNTIA CARDOSO, CAROLINA VILA-NOVA, FERNANDA EZABELLA E ÁLVARO FAGUNDES)
Noticias do restaurante Oca Lila em Alto Paraiso
A nutricionista Caroline Bergerot com mais de 12 livros publicados na área colocou a mão na massa e apresenta seu novo cardápio no restaurante Oca Lila cuidadosamente repaginado em Alto Paraiso de Goias.
terça-feira, 12 de julho de 2011
Do alto da serra
No inicio do ano, escrevi neste blog sobre o primeiro azeite de oliva produzido no Brasil. Aproveitei o fim de semana para conferir in loco o IV Festival de Maria da Fé e entendi o porque dessa produção: tem oliveiras com mais de 200 anos na praça da cidade. A produção de azeite, ainda em pequena escala, é de uma qualidade bem promissora.
Araucária Arvore da Serra da Mantiqueira
http://www.florestasnaembrapa.com.br/noticia/17/Embrapa+Florestas+apresenta+resultados+de+pesquisas+em+seminario+sobre+araucaria
A vida por uma moto!
O chef suíço Nicolas Friedrich Hans Dornaus foi assassinado domingo a noite por assaltantes em Interlagos para roubar sua motocicleta.
Chef Alex Atala no Roda Viva.
Em Brasília o acesso ao canal da TV Cultura é impossível. Foi no Youtube que pude assistir ao programa Roda Viva, que se destaca,há mais de vinte anos, pela qualidade dos mediadores e dos jornalistas convidados para diversificar, focar e enriquecer os assuntos abordados com perguntas ao entrevistado nas segundas-feiras.
Lá estava no centro do cenario o chef Alex Atala, bem á vontade e seguro de si, suas respostas claras e honestas, seu entusiasmo, suas convicções, seu preparo e sua forte personalidade provaram que ele é um dos chefs brasileiros agregadores e que pode ajudar a nortear a gastronomia no país.
O chef foi entrevistado por Maria Gabriela, enquanto quatro representantes da midia culinária escrita esperavam contidos a vez e a hora de poder fazer suas perguntas. Se quiserem assistir http://www.youtube.com/watch?v=2N05Z6vZdw0
Lá estava no centro do cenario o chef Alex Atala, bem á vontade e seguro de si, suas respostas claras e honestas, seu entusiasmo, suas convicções, seu preparo e sua forte personalidade provaram que ele é um dos chefs brasileiros agregadores e que pode ajudar a nortear a gastronomia no país.
O chef foi entrevistado por Maria Gabriela, enquanto quatro representantes da midia culinária escrita esperavam contidos a vez e a hora de poder fazer suas perguntas. Se quiserem assistir http://www.youtube.com/watch?v=2N05Z6vZdw0
domingo, 26 de junho de 2011
Bolo "Nega Maluca"
Uma senhora entra numa confeitaria e pede ao balconista um Bolo "Nega Maluca".
O balconista diz à cliente que usar o nome "nega maluca",
hoje em dia,pode dar cadeia, DEVIDO A:
- Lei Affonso Arinos;
- Lei Eusébio de Queiroz;
- Artigo Quinto da Constituição;
- Código Penal;
- Código Civil;
- Código do Consumidor;
- Código Comercial;
- Código de Ética;
- Moral e Bons Costumes,
- Além da Lei "Maria da Penha"....
- Então, meu filho, como peço a porra desse bolo ?
- Bolo Afro-descendente com distúrbio neuro psiquiátrico...
O balconista diz à cliente que usar o nome "nega maluca",
hoje em dia,pode dar cadeia, DEVIDO A:
- Lei Affonso Arinos;
- Lei Eusébio de Queiroz;
- Artigo Quinto da Constituição;
- Código Penal;
- Código Civil;
- Código do Consumidor;
- Código Comercial;
- Código de Ética;
- Moral e Bons Costumes,
- Além da Lei "Maria da Penha"....
- Então, meu filho, como peço a porra desse bolo ?
- Bolo Afro-descendente com distúrbio neuro psiquiátrico...
terça-feira, 21 de junho de 2011
segunda-feira, 20 de junho de 2011
Vale a pena ler - Jun Sakamoto um Chef engajado
Sonia Racy - O Estado de S.Paulo
A meticulosidade de Jun Sakamoto no balcão do restaurante que leva seu nome rende a ele, frequentemente, o título de melhor sushiman de São Paulo. E também a fama de "chato, mal-humorado e briguento", como ele mesmo descreve. Mas, consciente de que optou por uma profissão na qual para ter sucesso não necessariamente precisa beijar criancinhas para conseguir votos, o arquiteto formado na USP aceitou convite para disputar a presidência da Associação Nacional de Restaurantes (ANR), amanhã, em chapa única. E liderar 185 associados. A seguir, trechos da entrevista.
Paulo Giandalia/AE'Somos contra o governo querer transformar os 10% do garçom em salário só para tributar', diz Sakamoto
Caso seu nome seja mesmo referendado amanhã, que marca pretende imprimir?
O crescimento da entidade. As pessoas do setor já me conhecem e sei que é diferente porque quando toco a campainha não sou só "mais um". Outra marca é que a nossa entidade é do diálogo, diferentemente da Abrasel que opta pelo embate entrando com ações na Justiça. Fomos os primeiros a procurar a Coordenadoria de Vigilância Sanitária, por exemplo, para trocar figurinhas. As vezes são trazidas demandas impraticáveis. Agora vem uma que me afeta diretamente: querem que a gente congele todos os peixes antes do preparo para evitar uma possível transmissão de verminose. Isso acaba com a qualidade do produto. O governo nivela tudo por baixo. Eles pegam a ponta final da cadeia (os restaurantes) e falam: "Vocês dão um jeito de consertar". Mas não fiscalizam o pescador...
Qual é a maior luta da ANR?
Criar condições para o setor se formalizar. E a tributação é o principal empecilho. O governo tem a visão de que dono de restaurante é milionário: "Esse ganha dinheiro, então o desgraçado tá roubando da população e de nós". É impressionante porque nossa margem é estreitíssima e só consegue tirar algum lucro quem é realmente competente ou quem faz tudo errado: compra carne de origem duvidosa, paga funcionário por fora. E vai fiscal lá no meio de Itaquera? Não, ninguém tá nem aí. E se vai, já chamam ali para o canto, "quanto é?", bate um carimbo, assina aqui e tá tudo certo. Já ouvi muitos casos assim. Ah, agora se pegam um Alex Atala... meu, o cara recebe até promoção. São situações em que nós, donos de restaurantes, somos apontados como vilões. No setor tem vilão que faz tudo errado? Tem, e a gente lamenta e luta contra. Só que o governo não acredita que o povo brasileiro possa ter boa índole. Pensa: "Se baixarmos os impostos aí é que os desgraçados vão nadar à vontade".
Qual é o posicionamento da instituição em relação à "lei da gorjeta", que já está no Senado?
Somos contra o governo querer transformar os 10% do garçom em salário só para tributar. Somos extremamente a favor de que essa gorjeta vá todinha para o funcionário, mas que não incida imposto sobre isso.
Mas muito dono de restaurante não repassa o valor ao garçom...
Por isso lutamos pela formalização desse procedimento. Donos de restaurantes também atendem pessoas do governo. Estamos mobilizando uma rede de contatos, falando com sindicatos representantes dos garçons, dos patrões, tudo para tentar chegar a um acordo e levar para Brasília, juntos, outro projeto de lei.
Você tem a fama de ser um chef que gosta de tudo do seu jeito, inclusive com os clientes. Você se acha democrático para ser representante desta entidade?
Eu sou sempre democrático. A democracia está em chegar a um acordo em que ambas as partes concordem. No restaurante eu só tenho oito lugares no balcão, onde faço um tipo de arte gastronômica. Então já é explicado na reserva como funciona. Se a pessoa estiver de acordo, ótimo, será bem-vinda. No começo, até conseguir passar essa informação, deu muito arranhão. O cliente chega no balcão e pede um sushi califórnia. Eu digo que não, não faço califórnia nem nada além da minha degustação. Tem gente que não entende isso, mas estamos falando de pessoas intransigentes, mimadas, arrogantes, que têm um ego gigante porque fizeram fortuna há pouco tempo. Ou porque herdaram o dinheiro, mas não cultura. Daí eu falo: "Desculpa, eu não obriguei você a vir aqui, você tem 600 restaurantes para ir e exigir o que quiser". Daí peguei a fama de chato, mal-humorado, briguento.
Seu estilo no balcão é diferente de quando está na mesa de reuniões?
Sim, fica bem distante, porque não tem emoção, só análise. A diretoria aqui é bem ativa e as decisões são tomadas em conjunto. Se mudarmos a plaquinha de presidente de lugar, não fará a menor diferença.
Como lidam com a questão dos arrastões nos restaurantes?
Discutimos o assunto em todas as reuniões. Pedimos um plano de ação à Secretaria de Segurança Pública. Conseguimos, no máximo, mais viaturas circulando nas áreas com mais restaurantes. Nas assembleias plenárias, alertamos os associados porque, por incrível que pareça, muita gente nem abre o jornal, nem sabe o que está acontecendo. Recomendamos, aos que tiverem condições, colocar mais equipamentos de segurança. E rezamos, né?
A lei antifumo comprometeu o movimento?
Na ANR, todos fomos extremamente a favor da lei porque faz bem à saúde. E quando a coisa acontece para todo mundo, não tem queda de movimento. Porque daí o cara não vai mais em restaurante para ficar em casa fumando? Não existe isso.
E a "lei seca"? Afetou?
Também é importante, mas não pegou por falta de fiscalização. No Rio pegou, porque lá você faz blitz em três corredores e pronto, fechou o Rio de Janeiro. É o poder público nivelando por baixo, tratando todo mundo como um bando de bebum.
Há um projeto de lei na Assembleia Legislativa que propõe regulamentar a cobrança do couvert porque, muitas vezes, o cliente não sabe se o produto será cobrado ou não. Qual é sua opinião?
É mais uma vez o governo defendendo o burro que não sabe de nada. Por que não dá educação em vez de tratar a gente como bandido que quer se aproveitar? Nada é de graça nesse mundo. Mas procuramos tentar dialogar. E entender como nasce um projeto de lei desses... Mas já vi, sim, restaurante oferecer uma taça de champanhe e depois vir na conta R$ 150. Acho erradas essas armadilhazinhas. Orientamos o empresário a ser honesto com o cliente.
No manual do bom cliente, é feio perguntar: "Vou ter que pagar por isso?"
Também não precisa perguntar assim, né? Pergunte: "É um presentinho? É cortesia da casa?".
Na cozinha, prefere criatividade ou qualidade?
Qualidade. Não crio nada, mas aprendo muito. Recebi um professor de história da culinária japonesa e mudei muita coisa naquela noite. Ele me disse que o peixe no Brasil cheira mais do que no Japão. E me ensinou que a alga tira esse excesso de odor. Hoje, o shoyu que preparo para o sushi é diferente: coloco shoyu, caldo de peixe que eu mesmo faço e algas marinhas. Bato tudo no liquidificador, depois peneiro.
A degustação no Jun custa R$ 250. É caro?
Não. Se eu te vender um (avião) Gulfstream G650 por R$ 1 milhão é de graça. Ou um grão de café por R$ 1 é caro. Se não houvesse fila de espera, diria que estou caro. E se o lucro fosse grande, eu não teria hamburguerias. Aliás, só consegui ter mais qualidade de vida da metade do ano passado para cá. Neste ano termino de mobiliar o apartamento. Juro por Deus, há três anos, eu morava em um de 42 m² com minha mulher e meus dois filhos. Financiei e hoje comprei um de 160 m². Há três anos morando lá, o colchão ainda está no chão. Não tenho mesa nem sofá.
É difícil achar profissionais no mercado?
Meu Deus do céu, cada vez pior. E não só em restaurante. Um colega da construção civil me contou que estava em uma obra e pegaram o pipoqueiro que estava ali com o carrinho e o chamaram para ser operador de betoneira.
Paulistano sabe comer bem?
Comparado a quem? A carioca (risos)? Eles têm praia, nem precisam disso com aquela vida maravilhosa. Mas paulistano come bem pela diversidade. Você pode ir a Goiânia e ter uma comida típica maravilhosa, mas talvez lá não tenha um bom restaurante japonês.
Por DÉBORA BERGAMASCO
A meticulosidade de Jun Sakamoto no balcão do restaurante que leva seu nome rende a ele, frequentemente, o título de melhor sushiman de São Paulo. E também a fama de "chato, mal-humorado e briguento", como ele mesmo descreve. Mas, consciente de que optou por uma profissão na qual para ter sucesso não necessariamente precisa beijar criancinhas para conseguir votos, o arquiteto formado na USP aceitou convite para disputar a presidência da Associação Nacional de Restaurantes (ANR), amanhã, em chapa única. E liderar 185 associados. A seguir, trechos da entrevista.
Paulo Giandalia/AE'Somos contra o governo querer transformar os 10% do garçom em salário só para tributar', diz Sakamoto
Caso seu nome seja mesmo referendado amanhã, que marca pretende imprimir?
O crescimento da entidade. As pessoas do setor já me conhecem e sei que é diferente porque quando toco a campainha não sou só "mais um". Outra marca é que a nossa entidade é do diálogo, diferentemente da Abrasel que opta pelo embate entrando com ações na Justiça. Fomos os primeiros a procurar a Coordenadoria de Vigilância Sanitária, por exemplo, para trocar figurinhas. As vezes são trazidas demandas impraticáveis. Agora vem uma que me afeta diretamente: querem que a gente congele todos os peixes antes do preparo para evitar uma possível transmissão de verminose. Isso acaba com a qualidade do produto. O governo nivela tudo por baixo. Eles pegam a ponta final da cadeia (os restaurantes) e falam: "Vocês dão um jeito de consertar". Mas não fiscalizam o pescador...
Qual é a maior luta da ANR?
Criar condições para o setor se formalizar. E a tributação é o principal empecilho. O governo tem a visão de que dono de restaurante é milionário: "Esse ganha dinheiro, então o desgraçado tá roubando da população e de nós". É impressionante porque nossa margem é estreitíssima e só consegue tirar algum lucro quem é realmente competente ou quem faz tudo errado: compra carne de origem duvidosa, paga funcionário por fora. E vai fiscal lá no meio de Itaquera? Não, ninguém tá nem aí. E se vai, já chamam ali para o canto, "quanto é?", bate um carimbo, assina aqui e tá tudo certo. Já ouvi muitos casos assim. Ah, agora se pegam um Alex Atala... meu, o cara recebe até promoção. São situações em que nós, donos de restaurantes, somos apontados como vilões. No setor tem vilão que faz tudo errado? Tem, e a gente lamenta e luta contra. Só que o governo não acredita que o povo brasileiro possa ter boa índole. Pensa: "Se baixarmos os impostos aí é que os desgraçados vão nadar à vontade".
Qual é o posicionamento da instituição em relação à "lei da gorjeta", que já está no Senado?
Somos contra o governo querer transformar os 10% do garçom em salário só para tributar. Somos extremamente a favor de que essa gorjeta vá todinha para o funcionário, mas que não incida imposto sobre isso.
Mas muito dono de restaurante não repassa o valor ao garçom...
Por isso lutamos pela formalização desse procedimento. Donos de restaurantes também atendem pessoas do governo. Estamos mobilizando uma rede de contatos, falando com sindicatos representantes dos garçons, dos patrões, tudo para tentar chegar a um acordo e levar para Brasília, juntos, outro projeto de lei.
Você tem a fama de ser um chef que gosta de tudo do seu jeito, inclusive com os clientes. Você se acha democrático para ser representante desta entidade?
Eu sou sempre democrático. A democracia está em chegar a um acordo em que ambas as partes concordem. No restaurante eu só tenho oito lugares no balcão, onde faço um tipo de arte gastronômica. Então já é explicado na reserva como funciona. Se a pessoa estiver de acordo, ótimo, será bem-vinda. No começo, até conseguir passar essa informação, deu muito arranhão. O cliente chega no balcão e pede um sushi califórnia. Eu digo que não, não faço califórnia nem nada além da minha degustação. Tem gente que não entende isso, mas estamos falando de pessoas intransigentes, mimadas, arrogantes, que têm um ego gigante porque fizeram fortuna há pouco tempo. Ou porque herdaram o dinheiro, mas não cultura. Daí eu falo: "Desculpa, eu não obriguei você a vir aqui, você tem 600 restaurantes para ir e exigir o que quiser". Daí peguei a fama de chato, mal-humorado, briguento.
Seu estilo no balcão é diferente de quando está na mesa de reuniões?
Sim, fica bem distante, porque não tem emoção, só análise. A diretoria aqui é bem ativa e as decisões são tomadas em conjunto. Se mudarmos a plaquinha de presidente de lugar, não fará a menor diferença.
Como lidam com a questão dos arrastões nos restaurantes?
Discutimos o assunto em todas as reuniões. Pedimos um plano de ação à Secretaria de Segurança Pública. Conseguimos, no máximo, mais viaturas circulando nas áreas com mais restaurantes. Nas assembleias plenárias, alertamos os associados porque, por incrível que pareça, muita gente nem abre o jornal, nem sabe o que está acontecendo. Recomendamos, aos que tiverem condições, colocar mais equipamentos de segurança. E rezamos, né?
A lei antifumo comprometeu o movimento?
Na ANR, todos fomos extremamente a favor da lei porque faz bem à saúde. E quando a coisa acontece para todo mundo, não tem queda de movimento. Porque daí o cara não vai mais em restaurante para ficar em casa fumando? Não existe isso.
E a "lei seca"? Afetou?
Também é importante, mas não pegou por falta de fiscalização. No Rio pegou, porque lá você faz blitz em três corredores e pronto, fechou o Rio de Janeiro. É o poder público nivelando por baixo, tratando todo mundo como um bando de bebum.
Há um projeto de lei na Assembleia Legislativa que propõe regulamentar a cobrança do couvert porque, muitas vezes, o cliente não sabe se o produto será cobrado ou não. Qual é sua opinião?
É mais uma vez o governo defendendo o burro que não sabe de nada. Por que não dá educação em vez de tratar a gente como bandido que quer se aproveitar? Nada é de graça nesse mundo. Mas procuramos tentar dialogar. E entender como nasce um projeto de lei desses... Mas já vi, sim, restaurante oferecer uma taça de champanhe e depois vir na conta R$ 150. Acho erradas essas armadilhazinhas. Orientamos o empresário a ser honesto com o cliente.
No manual do bom cliente, é feio perguntar: "Vou ter que pagar por isso?"
Também não precisa perguntar assim, né? Pergunte: "É um presentinho? É cortesia da casa?".
Na cozinha, prefere criatividade ou qualidade?
Qualidade. Não crio nada, mas aprendo muito. Recebi um professor de história da culinária japonesa e mudei muita coisa naquela noite. Ele me disse que o peixe no Brasil cheira mais do que no Japão. E me ensinou que a alga tira esse excesso de odor. Hoje, o shoyu que preparo para o sushi é diferente: coloco shoyu, caldo de peixe que eu mesmo faço e algas marinhas. Bato tudo no liquidificador, depois peneiro.
A degustação no Jun custa R$ 250. É caro?
Não. Se eu te vender um (avião) Gulfstream G650 por R$ 1 milhão é de graça. Ou um grão de café por R$ 1 é caro. Se não houvesse fila de espera, diria que estou caro. E se o lucro fosse grande, eu não teria hamburguerias. Aliás, só consegui ter mais qualidade de vida da metade do ano passado para cá. Neste ano termino de mobiliar o apartamento. Juro por Deus, há três anos, eu morava em um de 42 m² com minha mulher e meus dois filhos. Financiei e hoje comprei um de 160 m². Há três anos morando lá, o colchão ainda está no chão. Não tenho mesa nem sofá.
É difícil achar profissionais no mercado?
Meu Deus do céu, cada vez pior. E não só em restaurante. Um colega da construção civil me contou que estava em uma obra e pegaram o pipoqueiro que estava ali com o carrinho e o chamaram para ser operador de betoneira.
Paulistano sabe comer bem?
Comparado a quem? A carioca (risos)? Eles têm praia, nem precisam disso com aquela vida maravilhosa. Mas paulistano come bem pela diversidade. Você pode ir a Goiânia e ter uma comida típica maravilhosa, mas talvez lá não tenha um bom restaurante japonês.
Por DÉBORA BERGAMASCO
terça-feira, 17 de maio de 2011
livro "Aspartame, sucre ou poison?"
Biographie de Sylvie Simon
Sylvie Simon est écrivain et journaliste.
Elle collabore à plusieurs journaux de santé et a publié de nombreux essais, dans lesquels elle analyse divers scandales engendrés parla corruption de certains milieux et d'experts qui se prétendent indépendants, mais qui sont à la solde des lobbies. À travers ses livres et conférences, en France et à l'étranger, elle souhaite réveiller la conscience endormie par le matraquage médiatique et nous invite à réfléchir, à être responsables de nos décisions en parfaite connaissance de cause, et à réviser entièrement toutes nos valeurs et notre système de pensée.
Aspartame Sucre ou Poison?
Saviez-vous que...
pratiquement toutes les études qui affirment l'innocuité de l'aspartame ont été financées par l'industrie, l'approbation de ce produit est due à des procédés dignes de la mafia, il peut être meurtrier pour les diabétiques, il existe des milliers de plaintes concernant l'aspartame qui font état de maladies multiples - dépressions, désordres neuro-dégénératifs, troubles intestinaux graves, problèmes de vue, rhumatismes, sclérose en plaques, lupus, Alzheimer, coma, cancer, tumeurs, prise de poids.
Pourtant ce produit se trouve, scandaleusement, à portée de main dans les rayons de nos supermarchés. Il représente un chiffre d'affaires colossal. Ce qui explique sans doute le reste... Lisez et vous saurez...
Sylvie Simon est écrivain et journaliste.
Elle collabore à plusieurs journaux de santé et a publié de nombreux essais, dans lesquels elle analyse divers scandales engendrés parla corruption de certains milieux et d'experts qui se prétendent indépendants, mais qui sont à la solde des lobbies. À travers ses livres et conférences, en France et à l'étranger, elle souhaite réveiller la conscience endormie par le matraquage médiatique et nous invite à réfléchir, à être responsables de nos décisions en parfaite connaissance de cause, et à réviser entièrement toutes nos valeurs et notre système de pensée.
Aspartame Sucre ou Poison?
Saviez-vous que...
pratiquement toutes les études qui affirment l'innocuité de l'aspartame ont été financées par l'industrie, l'approbation de ce produit est due à des procédés dignes de la mafia, il peut être meurtrier pour les diabétiques, il existe des milliers de plaintes concernant l'aspartame qui font état de maladies multiples - dépressions, désordres neuro-dégénératifs, troubles intestinaux graves, problèmes de vue, rhumatismes, sclérose en plaques, lupus, Alzheimer, coma, cancer, tumeurs, prise de poids.
Pourtant ce produit se trouve, scandaleusement, à portée de main dans les rayons de nos supermarchés. Il représente un chiffre d'affaires colossal. Ce qui explique sans doute le reste... Lisez et vous saurez...
sábado, 14 de maio de 2011
Nova Diretoria na ABAGA Centro Oeste
O Chef Simon Lau do restaurante Aquavit de Brasília e a Chef Thais Marega foram confirmados pelo Presidente João Leme como diretor e vice diretora da ABAGA para o Centro Oeste.
Simon Lau
Nasceu em 31 de março de 1965 em Copenhague, Dinamarca
• 1983 Trabalhou como auxiliar de cozinha no restaurante gourmet Dronning Louises Kro , Copenhagen
• 1986 Viajou para o Brasil pela primeira vez ....Caracas a Rio de Janeiro de bicicleta
• 1987 Morou no Rio de Janeiro
• 1988 – 95 Estudou arquitetura na Academia das Belas Artes em Copenhague e trabalhou como cozinheiro em vários restaurantes renomados em Copenhagen
• 1996 Mudou-se para o Brasil
• 1998-2002 Trabalhou como adido cultural e vice-cônsul na Embaixada da Dinamarca.
• 2003 Estagio como chef no Restaurante Saison e Soelleroed Kro
(uma estrela Guia Michelin) em Copenhague.
• 2004 Chef e dono do Restaurante Aquavit com o sócio Luiz Otavio Caldeira Paiva.
Prêmios
Guia 4 Rodas:
Uma estrela 2007, 2008, 2009, 2010
Melhor restaurante de Brasilia 2009
Melhor restaurante de Brasilia 2010
Melhor restaurante de Brasilia 2011
Melhor restaurante do Centro-Oeste 2011
Chef do Ano 2011
Duas estrelas 2011
Veja Brasilia
Chef do ano 2009
Chef do ano 2010
Melhor restaurante contemporâneo 2010
Thais Alessandra Marega
• Graduação
Bacharel em Gastronomis, UNIVALI (setembro/2006)
• Pós-Graduação – Especialização
Pós-Graduação em Administração de Empresas, FVG Brasilia (julho/2010)
Idiomas
Espanhol: leitura básica, escrita básica, conversação básica.
Francês: leitura intermediária, escrita intermediária, conversação básica.
Inglês: leitura avançada, escrita avançada, conversação avançada.
Histórico profissional
• Tradition Boulangerie - de setembro/2009 a dezembro/2010
(Empresa de pequeno porte no segmento alimentos)
Sócia / Chef de cozinha
• Bottarga Ristorante - de novembro/2008 a agosto/2009
(Empresa de pequeno porte no segmento alimentos)
Sub-chef
• Lucca Restaurante - de outubro/2007 a fevereiro/2008
(Empresa de médio porte no segmento alimentos)
Chef de Produção
• Sorbê - agosto/2007
(Empresa de pequeno porte no segmento alimentos)
Realização de projeto com frutas do cerrado na confeitaria
Simon Lau
Nasceu em 31 de março de 1965 em Copenhague, Dinamarca
• 1983 Trabalhou como auxiliar de cozinha no restaurante gourmet Dronning Louises Kro , Copenhagen
• 1986 Viajou para o Brasil pela primeira vez ....Caracas a Rio de Janeiro de bicicleta
• 1987 Morou no Rio de Janeiro
• 1988 – 95 Estudou arquitetura na Academia das Belas Artes em Copenhague e trabalhou como cozinheiro em vários restaurantes renomados em Copenhagen
• 1996 Mudou-se para o Brasil
• 1998-2002 Trabalhou como adido cultural e vice-cônsul na Embaixada da Dinamarca.
• 2003 Estagio como chef no Restaurante Saison e Soelleroed Kro
(uma estrela Guia Michelin) em Copenhague.
• 2004 Chef e dono do Restaurante Aquavit com o sócio Luiz Otavio Caldeira Paiva.
Prêmios
Guia 4 Rodas:
Uma estrela 2007, 2008, 2009, 2010
Melhor restaurante de Brasilia 2009
Melhor restaurante de Brasilia 2010
Melhor restaurante de Brasilia 2011
Melhor restaurante do Centro-Oeste 2011
Chef do Ano 2011
Duas estrelas 2011
Veja Brasilia
Chef do ano 2009
Chef do ano 2010
Melhor restaurante contemporâneo 2010
Thais Alessandra Marega
• Graduação
Bacharel em Gastronomis, UNIVALI (setembro/2006)
• Pós-Graduação – Especialização
Pós-Graduação em Administração de Empresas, FVG Brasilia (julho/2010)
Idiomas
Espanhol: leitura básica, escrita básica, conversação básica.
Francês: leitura intermediária, escrita intermediária, conversação básica.
Inglês: leitura avançada, escrita avançada, conversação avançada.
Histórico profissional
• Tradition Boulangerie - de setembro/2009 a dezembro/2010
(Empresa de pequeno porte no segmento alimentos)
Sócia / Chef de cozinha
• Bottarga Ristorante - de novembro/2008 a agosto/2009
(Empresa de pequeno porte no segmento alimentos)
Sub-chef
• Lucca Restaurante - de outubro/2007 a fevereiro/2008
(Empresa de médio porte no segmento alimentos)
Chef de Produção
• Sorbê - agosto/2007
(Empresa de pequeno porte no segmento alimentos)
Realização de projeto com frutas do cerrado na confeitaria
sábado, 7 de maio de 2011
Uma pérola no Lago
O chef dinamarquês Simon Lau recebe no restaurante Aquavit apresentando um cardápio criativo e equilibrado e prova que chef estrangeiro que vive no Brasil pode manter sua identidade e contribuir com sua arte para valorizar os ingredientes do país que escolheu para viver.
A casa localizada numa área privilegiada, desenhada e decorada pelo chef da sinais de um cuidado e uma atenção particular com a estética, premissa que se refletirá num jantar cuidadosamente elaborado.
O cenário da capital à distância assegura que o clima enjoativo do Congresso não afeta a serenidade do espaço e permite ao frequentador esquecer momentaneamente os escândalos dos políticos.
A equipe da sala foi treinada para esclarecer ao cliente as mudanças eventuais nos ingredientes do cardápio assumidas e reveladas desde sua apresentação o que favorece, e muito, a credibilidade da casa.
Como primeiro prato do cardápio foi servida uma terrine de lagosta , com gelatina de mexilhões, sorvete de abacate com pimenta, sorbet de grapefruit e farofa de peta. Em seguida, uma sopa de tucupi com pescadinha assada e sagu, temperada com cebolinha e pimenta de cheiro, sob crosta de mandioca. Para fechar o menu escolhido, uma codorna desossada recheada, servida com espaguete de palmito, redução de codorna e óleo de salsinha.
No fim do jantar é oferecido com destemor um delicioso café de coador, acompanhado de mini madeleines, delicadas e ainda quentes.
O Aquavit é, sem dúvida, o melhor restaurante de Brasília, com uma gastronomia contemporânea brasileira, que permeia a origem do seu chef.
A casa localizada numa área privilegiada, desenhada e decorada pelo chef da sinais de um cuidado e uma atenção particular com a estética, premissa que se refletirá num jantar cuidadosamente elaborado.
O cenário da capital à distância assegura que o clima enjoativo do Congresso não afeta a serenidade do espaço e permite ao frequentador esquecer momentaneamente os escândalos dos políticos.
A equipe da sala foi treinada para esclarecer ao cliente as mudanças eventuais nos ingredientes do cardápio assumidas e reveladas desde sua apresentação o que favorece, e muito, a credibilidade da casa.
Como primeiro prato do cardápio foi servida uma terrine de lagosta , com gelatina de mexilhões, sorvete de abacate com pimenta, sorbet de grapefruit e farofa de peta. Em seguida, uma sopa de tucupi com pescadinha assada e sagu, temperada com cebolinha e pimenta de cheiro, sob crosta de mandioca. Para fechar o menu escolhido, uma codorna desossada recheada, servida com espaguete de palmito, redução de codorna e óleo de salsinha.
No fim do jantar é oferecido com destemor um delicioso café de coador, acompanhado de mini madeleines, delicadas e ainda quentes.
O Aquavit é, sem dúvida, o melhor restaurante de Brasília, com uma gastronomia contemporânea brasileira, que permeia a origem do seu chef.
segunda-feira, 2 de maio de 2011
O Brasil dos fatos e das versões
02 de maio de 2011 | 0h 00
Leia a notícia de
Sandra Cavalcanti - O Estado de S.Paulo
Tem sido assim desde o começo da nossa História. É incrível como nossa trajetória é contada! Quem se debruça sobre os fatos fica escandalizado com a diferença entre eles e as suas "consagradas versões".
Esse comportamento fraudulento faz com que, em nosso país, todo historiador seja levado a trabalhar como um arqueólogo, que tem de cavar, raspar poeiras, decifrar hieróglifos e tentar entender os obscuros textos dos pergaminhos. Sempre na busca da verdade dos fatos.
Para alegria nossa, o Brasil tem sido presenteado com obras estupendas, realizadas por excelentes pesquisadores. Eles têm conseguido divulgar um conhecimento cada vez mais correto dos fatos da nossa História. E essa tarefa saneadora de desmitificação das versões tem alcançado enorme sucesso de vendas para as editoras.
Está claro que obras desse padrão não constarão jamais da lista dos livros adotados pelos técnicos ideológicos do Ministério da Educação (MEC). Para eles, quanto mais os brasileiros forem enganados pelas versões oficiais, melhor para a turma que comanda o atraso de nossa formação cultural.
Mas não é apenas nos livros "oficiais" que a nossa História é deturpada. Fazem parte dessa lavagem cerebral os demais instrumentos de comunicação dependentes do governo. Rádios e TVs, oficiais ou agregados. Todos subvencionados generosamente, à custa dos nossos impostos. No nosso dia a dia somos bombardeados pelas versões que o Planalto divulga sem cessar. Informações erradas, dados falsificados, episódios distorcidos, explicações mentirosas, enfim, um povo tratado como se todos fossem idiotas e sem nenhum espírito crítico.
Veja-se agora o que está acontecendo com o famoso episódio do mensalão do PT. Já está quase esquecido! Foi, no entanto, o mais vergonhoso episódio ocorrido em nossa História recente. Um plano frio, cínico, típico de um grupo que só tinha um objetivo em suas supostas lutas pela ética e pela moralidade: chegar ao poder e se vingar. Vingar de quê? Os autores desse plano eram, e ainda são, indivíduos ressentidos, cheios de raiva contra as "elites" - letradas, bem alimentadas, patrões e chefes. Para eles, chegar ao poder era a suprema desforra.
Esse tem sido sempre o sentimento da esquerda sem estudos, valores e visão do mundo. Entre uma esquerda raivosa e uma direita sem escrúpulos, o entendimento sempre se dá muito bem.
A chegada de Lula ao poder mostrou que essa é a mentalidade deles. Para ganhar a eleição tinha de mudar o discurso? Era preciso mudar a rota? O PT não teve dúvidas: mudou.
Mudou, mas chegou ao Planalto com as mesmas disposições de antes. E mesmo usando as receitas do governo anterior, tratou de vender ao País a ideia de ter recebido uma "herança maldita". Sempre o mesmo processo de criar versões, apagar os fatos e vender uma "nova História" ao Brasil.
Quando foram apanhados roubando recursos públicos, espalharam que aquilo teria sido um simples "caixa 2". Não foi! A Justiça definiu-o como crime de formação de quadrilha. São 38 réus no processo. Nestes seis anos, a versão vai vencendo. A quadrilha do mensalão está de volta ao poder, inocentada pelos seus eleitores. A última cartada da versão já está na mesa: em agosto prescreve o crime. Se a denúncia criminal não for feita até lá, teremos uma nova derrota dos fatos.
A desenvoltura dos integrantes da quadrilha do mensalão e da quadrilha do dossiê contra José Serra já vem despertando muitas suspeitas. Os réus andam muito à vontade nos palácios. Muitas declarações, muitas aparições públicas, muitas articulações, enfim, muita recuperação de terreno. Tudo isso leva a crer que está em marcha uma grande manobra para tornar vitoriosa a versão criada pelo então presidente Lula: "O mensalão não existiu. Foi tudo armação da oposição"!
Colocar o mensaleiro João Paulo Cunha na presidência da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados é mais do que um acinte, é uma ameaça para constranger o Supremo Tribunal Federal. A presença desenvolta de José Dirceu nos acontecimentos recentes e o seu evidente prestígio junto à ocupante da Presidência da República, tudo isso é uma sinalização mais do que evidente. Das tentativas feitas para apagar fatos e divulgar versões, essa de Lula é a mais ousada de quantas têm marcado o comportamento dos líderes petistas.
Há dias a Polícia Federal conseguiu terminar o seu relatório a esse respeito. Entregou o penoso e bem feito trabalho ao procurador-geral da República. Está, pois, nas mãos dele ajudar na luta entre os fatos e as versões.
Tenho medo. O mês de agosto não me traz boas recordações. A tentativa de assassinar Carlos Lacerda. A morte do major Rubens Vaz. O suicídio de Getúlio Vargas. Anos depois, também em agosto, a renúncia jamais explicada, e jamais entendida, de Jânio Quadros. Renúncia que abriu para Brizola e Jango a tentação de, por golpe e com o apoio de pequeno grupo militar, implantar aqui uma República sindicalista, com a ajuda de Cuba e da Rússia. Se não fosse o patriotismo da maior parte das nossas Forças Armadas, em 31 de março de 1964 o Brasil teria dado um dos passos mais tristes de sua História.
Mas a tradição de criar versões e negar os fatos não muda. A mídia tem passado os últimos tempos divulgando exatamente o contrário da realidade. Na maioria das reportagens, os fatos cederam às versões. Os golpistas Jango e Brizola são saudados como legalistas. Os legalistas, que seguiram Castelo Branco e impediram o golpe, são apontados como golpistas. As Forças Armadas nem podem mais comemorar o 31 de Março!
Que agosto não nos traga desgosto. Vamos ver o que acontece com os "heróis" do mensalão...
PROFESSORA, JORNALISTA, FOI DEPUTADA FEDERAL CONSTITUINTE, FUNDOU E PRESIDIU O BNH NO GOVERNO CASTELO BRANCO
E-MAIL: SANDRA_C@IG.COM.BR
Leia a notícia de
Sandra Cavalcanti - O Estado de S.Paulo
Tem sido assim desde o começo da nossa História. É incrível como nossa trajetória é contada! Quem se debruça sobre os fatos fica escandalizado com a diferença entre eles e as suas "consagradas versões".
Esse comportamento fraudulento faz com que, em nosso país, todo historiador seja levado a trabalhar como um arqueólogo, que tem de cavar, raspar poeiras, decifrar hieróglifos e tentar entender os obscuros textos dos pergaminhos. Sempre na busca da verdade dos fatos.
Para alegria nossa, o Brasil tem sido presenteado com obras estupendas, realizadas por excelentes pesquisadores. Eles têm conseguido divulgar um conhecimento cada vez mais correto dos fatos da nossa História. E essa tarefa saneadora de desmitificação das versões tem alcançado enorme sucesso de vendas para as editoras.
Está claro que obras desse padrão não constarão jamais da lista dos livros adotados pelos técnicos ideológicos do Ministério da Educação (MEC). Para eles, quanto mais os brasileiros forem enganados pelas versões oficiais, melhor para a turma que comanda o atraso de nossa formação cultural.
Mas não é apenas nos livros "oficiais" que a nossa História é deturpada. Fazem parte dessa lavagem cerebral os demais instrumentos de comunicação dependentes do governo. Rádios e TVs, oficiais ou agregados. Todos subvencionados generosamente, à custa dos nossos impostos. No nosso dia a dia somos bombardeados pelas versões que o Planalto divulga sem cessar. Informações erradas, dados falsificados, episódios distorcidos, explicações mentirosas, enfim, um povo tratado como se todos fossem idiotas e sem nenhum espírito crítico.
Veja-se agora o que está acontecendo com o famoso episódio do mensalão do PT. Já está quase esquecido! Foi, no entanto, o mais vergonhoso episódio ocorrido em nossa História recente. Um plano frio, cínico, típico de um grupo que só tinha um objetivo em suas supostas lutas pela ética e pela moralidade: chegar ao poder e se vingar. Vingar de quê? Os autores desse plano eram, e ainda são, indivíduos ressentidos, cheios de raiva contra as "elites" - letradas, bem alimentadas, patrões e chefes. Para eles, chegar ao poder era a suprema desforra.
Esse tem sido sempre o sentimento da esquerda sem estudos, valores e visão do mundo. Entre uma esquerda raivosa e uma direita sem escrúpulos, o entendimento sempre se dá muito bem.
A chegada de Lula ao poder mostrou que essa é a mentalidade deles. Para ganhar a eleição tinha de mudar o discurso? Era preciso mudar a rota? O PT não teve dúvidas: mudou.
Mudou, mas chegou ao Planalto com as mesmas disposições de antes. E mesmo usando as receitas do governo anterior, tratou de vender ao País a ideia de ter recebido uma "herança maldita". Sempre o mesmo processo de criar versões, apagar os fatos e vender uma "nova História" ao Brasil.
Quando foram apanhados roubando recursos públicos, espalharam que aquilo teria sido um simples "caixa 2". Não foi! A Justiça definiu-o como crime de formação de quadrilha. São 38 réus no processo. Nestes seis anos, a versão vai vencendo. A quadrilha do mensalão está de volta ao poder, inocentada pelos seus eleitores. A última cartada da versão já está na mesa: em agosto prescreve o crime. Se a denúncia criminal não for feita até lá, teremos uma nova derrota dos fatos.
A desenvoltura dos integrantes da quadrilha do mensalão e da quadrilha do dossiê contra José Serra já vem despertando muitas suspeitas. Os réus andam muito à vontade nos palácios. Muitas declarações, muitas aparições públicas, muitas articulações, enfim, muita recuperação de terreno. Tudo isso leva a crer que está em marcha uma grande manobra para tornar vitoriosa a versão criada pelo então presidente Lula: "O mensalão não existiu. Foi tudo armação da oposição"!
Colocar o mensaleiro João Paulo Cunha na presidência da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados é mais do que um acinte, é uma ameaça para constranger o Supremo Tribunal Federal. A presença desenvolta de José Dirceu nos acontecimentos recentes e o seu evidente prestígio junto à ocupante da Presidência da República, tudo isso é uma sinalização mais do que evidente. Das tentativas feitas para apagar fatos e divulgar versões, essa de Lula é a mais ousada de quantas têm marcado o comportamento dos líderes petistas.
Há dias a Polícia Federal conseguiu terminar o seu relatório a esse respeito. Entregou o penoso e bem feito trabalho ao procurador-geral da República. Está, pois, nas mãos dele ajudar na luta entre os fatos e as versões.
Tenho medo. O mês de agosto não me traz boas recordações. A tentativa de assassinar Carlos Lacerda. A morte do major Rubens Vaz. O suicídio de Getúlio Vargas. Anos depois, também em agosto, a renúncia jamais explicada, e jamais entendida, de Jânio Quadros. Renúncia que abriu para Brizola e Jango a tentação de, por golpe e com o apoio de pequeno grupo militar, implantar aqui uma República sindicalista, com a ajuda de Cuba e da Rússia. Se não fosse o patriotismo da maior parte das nossas Forças Armadas, em 31 de março de 1964 o Brasil teria dado um dos passos mais tristes de sua História.
Mas a tradição de criar versões e negar os fatos não muda. A mídia tem passado os últimos tempos divulgando exatamente o contrário da realidade. Na maioria das reportagens, os fatos cederam às versões. Os golpistas Jango e Brizola são saudados como legalistas. Os legalistas, que seguiram Castelo Branco e impediram o golpe, são apontados como golpistas. As Forças Armadas nem podem mais comemorar o 31 de Março!
Que agosto não nos traga desgosto. Vamos ver o que acontece com os "heróis" do mensalão...
PROFESSORA, JORNALISTA, FOI DEPUTADA FEDERAL CONSTITUINTE, FUNDOU E PRESIDIU O BNH NO GOVERNO CASTELO BRANCO
E-MAIL: SANDRA_C@IG.COM.BR
quarta-feira, 20 de abril de 2011
terça-feira, 19 de abril de 2011
Azeite e Batata
A oliveira foi trazida ao Brasil há quase dois séculos por imigrantes da Europa e introduzida na Serra da Mantiqueira, na década de 40.
A EPAMIG e uma fazenda experimental da cidade de Maria da Fé, famosa pela sua produção de batatas, desenvolveram, há quatro décadas, pesquisas e o cultivo das oliveiras. No fim da semana que vem, de 20 a 24 de abril, o primeiro Azeite nacional será apresentado ao publico, no Festival Gastronômico Azeite e Batata de Maria da Fé.
Um novo passo está sendo dado no caminho dos sabores e teremos daqui para a frente azeite e azeitonas "made in Brazil".
A EPAMIG e uma fazenda experimental da cidade de Maria da Fé, famosa pela sua produção de batatas, desenvolveram, há quatro décadas, pesquisas e o cultivo das oliveiras. No fim da semana que vem, de 20 a 24 de abril, o primeiro Azeite nacional será apresentado ao publico, no Festival Gastronômico Azeite e Batata de Maria da Fé.
Um novo passo está sendo dado no caminho dos sabores e teremos daqui para a frente azeite e azeitonas "made in Brazil".
quarta-feira, 13 de abril de 2011
Faltou apontar na matéria a carne do Pirarucu fantasiado de Bacalhau numa rede brasileira de supermercados
Vai comprar bacalhau? Cuidado com as imitações
Especialistas alertam para outros peixes salgados, de menor preço e qualidade, que são vendidos como ''legítimos'' nesta época do ano
13 de abril de 2011 | 0h 00
Leia a notícia
Email ImprimirA+ A- Compartilhar18
Márcio Pinho e Felipe Frazão - O Estado de S.Paulo
A Páscoa se aproxima e o consumidor tem de estar atento para não ser enganado na hora de comprar um dos produtos mais típicos da época: o bacalhau. Um grupo de pesquisas da Universidade Estadual Paulista (Unesp) concluiu que vários outros peixes salgados, de menor qualidade e preço, são vendidos como se fossem bacalhau em mercados de São Paulo. Até mesmo disfarçados entre uma lasca e outra nas bandejas.
Tiago Queiroz/AEGenuíno. Prato do Bela Sintra, nos Jardins: até restaurante já teve de devolver falso bacalhau
Segundo a engenheira química especializada em Ciência de Alimentos e coordenadora do grupo, Lea Sant"Ana, a mistura de pedaços de peixes salgados, como Ling, Zarbo e Saithe, é muito comum. Assim como o bacalhau, eles passam por um processo industrial que os deixa salgados. O legítimo bacalhau, porém, é do gênero Gadus (veja as diferenças ao lado). E o popularmente conhecido bacalhau do Porto (Gadus mohrua) é tido como o mais nobre.
Os estudos sobre o assunto na Unesp começaram em 2000. Iniciada no ano passado, uma das pesquisas do grupo comprovou em testes de laboratório que metade das cerca de 40 amostras vendidas em lascas em bandejas não era de bacalhau. Mas todas eram vendidas como se fossem "legítimas". Visitando supermercados, pesquisadores detectaram ainda que os outros peixes salgados são vendidos como "tipo de bacalhau", mas não são.
O chef do restaurante A Bela Sintra, Valderi Gomes, diz que o problema é conhecido por quem trabalha na área. O próprio restaurante já teve de mandar encomendas de volta ao distribuidor ao perceber que não havia recebido bacalhau verdadeiro. A dica dada por Gomes é reparar no rabo do peixe, que tem ponta mais comprida do que a das imitações. Detalhe que, quando o peixe é vendido em lascas, fica impossível constatar. "Percebemos na hora do preparo. Ele não é tão gostoso quanto o bacalhau tradicional. Para o consumidor leigo, é mais difícil perceber."
No bolso. A irregularidade na venda do"gato por lebre". bacalhau se reflete no bolso do consumidor, que acaba levando para casa Segundo a advogada do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) Mariana Ferreira Alves, a venda de outros peixes no lugar do bacalhau desrespeita o Código de Defesa de Consumidor de diversas formas. Pode ser considerada, por exemplo, uma prática abusiva, já que se aproveita da falta de conhecimento técnico do cliente. Também pode configurar publicidade enganosa, uma vez que geralmente tem encartes informativos.
O Estado percorreu ontem alguns supermercados e constatou diferença de até R$ 15 no quilo dos diferentes tipos de peixe salgado. Na Alameda Santos, nos Jardins, por exemplo, o quilo do bacalhau do Porto é vendido por R$ 32,90. Já o do Zarbo e do Saithe custam, respectivamente, R$ 23 e R$ 19,50. Na Saúde, o quilo do Saithe sai a R$ 17,90, do Zarbo a R$ 18,90, do Porto a R$ 29,90 e do Imperial a R$ 31,90. Na Casa Verde, preços variam entre R$ 29 e R$ 35
Especialistas alertam para outros peixes salgados, de menor preço e qualidade, que são vendidos como ''legítimos'' nesta época do ano
13 de abril de 2011 | 0h 00
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Márcio Pinho e Felipe Frazão - O Estado de S.Paulo
A Páscoa se aproxima e o consumidor tem de estar atento para não ser enganado na hora de comprar um dos produtos mais típicos da época: o bacalhau. Um grupo de pesquisas da Universidade Estadual Paulista (Unesp) concluiu que vários outros peixes salgados, de menor qualidade e preço, são vendidos como se fossem bacalhau em mercados de São Paulo. Até mesmo disfarçados entre uma lasca e outra nas bandejas.
Tiago Queiroz/AEGenuíno. Prato do Bela Sintra, nos Jardins: até restaurante já teve de devolver falso bacalhau
Segundo a engenheira química especializada em Ciência de Alimentos e coordenadora do grupo, Lea Sant"Ana, a mistura de pedaços de peixes salgados, como Ling, Zarbo e Saithe, é muito comum. Assim como o bacalhau, eles passam por um processo industrial que os deixa salgados. O legítimo bacalhau, porém, é do gênero Gadus (veja as diferenças ao lado). E o popularmente conhecido bacalhau do Porto (Gadus mohrua) é tido como o mais nobre.
Os estudos sobre o assunto na Unesp começaram em 2000. Iniciada no ano passado, uma das pesquisas do grupo comprovou em testes de laboratório que metade das cerca de 40 amostras vendidas em lascas em bandejas não era de bacalhau. Mas todas eram vendidas como se fossem "legítimas". Visitando supermercados, pesquisadores detectaram ainda que os outros peixes salgados são vendidos como "tipo de bacalhau", mas não são.
O chef do restaurante A Bela Sintra, Valderi Gomes, diz que o problema é conhecido por quem trabalha na área. O próprio restaurante já teve de mandar encomendas de volta ao distribuidor ao perceber que não havia recebido bacalhau verdadeiro. A dica dada por Gomes é reparar no rabo do peixe, que tem ponta mais comprida do que a das imitações. Detalhe que, quando o peixe é vendido em lascas, fica impossível constatar. "Percebemos na hora do preparo. Ele não é tão gostoso quanto o bacalhau tradicional. Para o consumidor leigo, é mais difícil perceber."
No bolso. A irregularidade na venda do"gato por lebre". bacalhau se reflete no bolso do consumidor, que acaba levando para casa Segundo a advogada do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) Mariana Ferreira Alves, a venda de outros peixes no lugar do bacalhau desrespeita o Código de Defesa de Consumidor de diversas formas. Pode ser considerada, por exemplo, uma prática abusiva, já que se aproveita da falta de conhecimento técnico do cliente. Também pode configurar publicidade enganosa, uma vez que geralmente tem encartes informativos.
O Estado percorreu ontem alguns supermercados e constatou diferença de até R$ 15 no quilo dos diferentes tipos de peixe salgado. Na Alameda Santos, nos Jardins, por exemplo, o quilo do bacalhau do Porto é vendido por R$ 32,90. Já o do Zarbo e do Saithe custam, respectivamente, R$ 23 e R$ 19,50. Na Saúde, o quilo do Saithe sai a R$ 17,90, do Zarbo a R$ 18,90, do Porto a R$ 29,90 e do Imperial a R$ 31,90. Na Casa Verde, preços variam entre R$ 29 e R$ 35
terça-feira, 12 de abril de 2011
Que bom Chef Duca Lapenda "acorda" e questiona a enxurrada de leis duvidosas
OLIVA VERDE: DE QUEM É A RESPONSABILIDADE ?: " Luvas, toucas,detergentes especiais,projetos sanitários complicados,siglas como “T.E.F” , “F.I.F.O” ou “5S” ,inspeções interm..."
sexta-feira, 1 de abril de 2011
O papel da cooperação intelectual internacional em uma sociedade do conhecimento
Vincent Defourny e Mercedes em Alto Paraiso
O representante da UNESCO no Brasil, Vincent Defourny convidado pela ABRABEL (Associação Brasil-Bélgica) confirmou ontem, na sala de Ato da Reitoria da UNB, a relevância do intercambio de estudantes entre as universidades pelo mundo.
Ele destacou o papel importante da UNESCO no seu apoio aos movimentos na área educacional própria a cada país e o êxito positivo dos investimentos das campanhas governamentais em diversas partes do mundo citando entre outros exemplos a Coréia do Sul e o programa Erasmus na Europa.
domingo, 27 de março de 2011
O Carapau e a Sardinha - Amália Rodrigues
Enviado pela amiga Maria João, uma portuguesa com certeza!
quarta-feira, 23 de março de 2011
Pit stop em Sampa
Encontros no Bar Balcão
O pianista russo Denis Kozhukhin, “ Laureat du Concours Reine Elisabeth” após sua espetacular apresentação na Sala São Paulo se deixou seduzir pelo ambiente informal e bem brasileiro com amigos no Bar Balcão, esquina da Melo Alves com a Tietê.
Descoberta !
Para os amantes da boa música o percussionista Caito Marcondes, o violonista Henri Greindl e um musico convidado se apresentam todas as quintas feiras no espaço cultural O Barco para compartilhar com um público restrito suas harmonias musicais.
Jarra d’água na mesa dos restaurantes.
Imagine só, o novo dilema que divide os proprietários dos restaurantes é a obrigação de servir nos estabelecimentos água gratuita nas mesas. Com a falta de qualidade da água da torneira imagine o estrago que isso pode resultar para a sua clientela.... Já existe a obrigação de servir um copo d’água a qualquer pessoa que peça.
Outro assunto de responsabilidade pública que ainda não foi resolvido é a falta de banheiros públicos. Vai ter fila nos banheiros dos bares e restaurantes na época da Copa. Será que os restaurantes terão que bancar com isso também?
Uma iguaria!
O restaurante Sal Gastronomia, sorte minha, lançou nesses dias uma nova iguaria: o Siri Mole Crocante, um delírio para o paladar.
O pianista russo Denis Kozhukhin, “ Laureat du Concours Reine Elisabeth” após sua espetacular apresentação na Sala São Paulo se deixou seduzir pelo ambiente informal e bem brasileiro com amigos no Bar Balcão, esquina da Melo Alves com a Tietê.
Descoberta !
Para os amantes da boa música o percussionista Caito Marcondes, o violonista Henri Greindl e um musico convidado se apresentam todas as quintas feiras no espaço cultural O Barco para compartilhar com um público restrito suas harmonias musicais.
Jarra d’água na mesa dos restaurantes.
Imagine só, o novo dilema que divide os proprietários dos restaurantes é a obrigação de servir nos estabelecimentos água gratuita nas mesas. Com a falta de qualidade da água da torneira imagine o estrago que isso pode resultar para a sua clientela.... Já existe a obrigação de servir um copo d’água a qualquer pessoa que peça.
Outro assunto de responsabilidade pública que ainda não foi resolvido é a falta de banheiros públicos. Vai ter fila nos banheiros dos bares e restaurantes na época da Copa. Será que os restaurantes terão que bancar com isso também?
Uma iguaria!
O restaurante Sal Gastronomia, sorte minha, lançou nesses dias uma nova iguaria: o Siri Mole Crocante, um delírio para o paladar.
domingo, 6 de março de 2011
MIXEUR - Um programa de Gastronomia em destaque
MIXEUR, LES GOÛTS ET LES IDÉES"Mixeur" Um programa canadense na TV5 Monde se destaca entre todos as apresentações culinarias atuais com ar de frescor e contemporaneidade. Sua nova linguagem, seu visual e estilo atualizado abraça a Gastronomia no sentido mais amplo.
Imperdivel!!!
Falta a TV5 Monde corrigir sua Capital do Brasil no programa de Meteorologia, substituindo Rio de Janeiro por Brasília.
Imperdivel!!!
Falta a TV5 Monde corrigir sua Capital do Brasil no programa de Meteorologia, substituindo Rio de Janeiro por Brasília.
quarta-feira, 2 de março de 2011
Enviado por Eduardo Graeff
Putting the Cornish back into pasties The EU ruling that Cornish pasties must be made in Cornwall underlines the importance of the world's many food specialities
Agnès Poirier guardian.co.uk, Wednesday 23 February 2011 18.00 GMT Article history
The EU has ruled Cornish pasties must be made in Cornwall. Photograph: Alamy
Cornish pasties, the 19th century miner's own kind of packed lunch, must now be made in Cornwall. The EU says so, they have even made it a rule. For nine years, the Cornish Pasty Association fought for what is called protected geographical indication (PGI) – and it has won. Alongside its geographical origin comes a whole set of rules on how one produces Cornish pasties: their shape, the nature of the filling and the baking process. And, of course, no artificial flavouring or any additives should get into them.
In other words, PGIs – and their French counterparts, appellation d'origine protégée (AOPs) and appellation d'origine contrôlée (AOCs) – are "an official mark of quality awarded to regional products with specific characteristics and taste produced with traditional methods". Do you remember other Homeric AOC battles? There was the three-year "holey" war between Swiss and French Gruyère makers, when French producers, astonishingly arrogant, demanded a super AOC to protect their Gruyère (the one with holes in). The Swiss cheese-makers suddenly woke up from their blissful life and invoked ancient Roman history to win their case: who dared steal the limelight from their – far superior, in my view – un-holed Gruyère! The EU thought the French were pushing it a bit far and holey Gruyère makers retreated.
You may also remember the 20-year battle fought by camembert producers? They bickered about the nature of their AOC: should camembert, which "smells like the feet of God", according to cheese addict Will Studd, be made with pasteurised or unpasteurised milk? The hand-moulding, pro-unpasteurised artisan producers finally won the argument against Lactalis (the second largest cheese producer in the world, industrially producing 80,000 camemberts a day), which simply wanted to renegotiate with the French authorities the way of making camembert while retaining their AOC. Cheeky!
All those endless battles might sound, like Gargantua's Picrocholine wars, ridiculously trite. However, I'd say that they touch on something fundamental: one's belonging to le terroir. In today's time, in "our global village", such terms may sound conservative or simply passé. In fact, they are the only tangible link we still have with reality. No matter how "globalised" we have become, we all come from somewhere. Food, too. It may, throughout the ages, have been coloured, influenced, or changed by external elements – as the gastronomic wizard Claudia Roden has written about extensively. However, terroir, or "from the land", shouldn't be dismissed. Terroir doesn't mean conservatism, it means diversity. Against a globalised grub, it stresses the importance of the world's many specialities. In the same way as it seems better to buy vegetables from local growers, it is logical to taste local specialities everywhere you travel. Terroir is a window on the world worth fighting for.
Tell me about your favourite local dish. The winner (arbitrarily chosen by me) will get a pasteurised camembert from my favourite fromager in Normandy.
Agnès Poirier guardian.co.uk, Wednesday 23 February 2011 18.00 GMT Article history
The EU has ruled Cornish pasties must be made in Cornwall. Photograph: Alamy
Cornish pasties, the 19th century miner's own kind of packed lunch, must now be made in Cornwall. The EU says so, they have even made it a rule. For nine years, the Cornish Pasty Association fought for what is called protected geographical indication (PGI) – and it has won. Alongside its geographical origin comes a whole set of rules on how one produces Cornish pasties: their shape, the nature of the filling and the baking process. And, of course, no artificial flavouring or any additives should get into them.
In other words, PGIs – and their French counterparts, appellation d'origine protégée (AOPs) and appellation d'origine contrôlée (AOCs) – are "an official mark of quality awarded to regional products with specific characteristics and taste produced with traditional methods". Do you remember other Homeric AOC battles? There was the three-year "holey" war between Swiss and French Gruyère makers, when French producers, astonishingly arrogant, demanded a super AOC to protect their Gruyère (the one with holes in). The Swiss cheese-makers suddenly woke up from their blissful life and invoked ancient Roman history to win their case: who dared steal the limelight from their – far superior, in my view – un-holed Gruyère! The EU thought the French were pushing it a bit far and holey Gruyère makers retreated.
You may also remember the 20-year battle fought by camembert producers? They bickered about the nature of their AOC: should camembert, which "smells like the feet of God", according to cheese addict Will Studd, be made with pasteurised or unpasteurised milk? The hand-moulding, pro-unpasteurised artisan producers finally won the argument against Lactalis (the second largest cheese producer in the world, industrially producing 80,000 camemberts a day), which simply wanted to renegotiate with the French authorities the way of making camembert while retaining their AOC. Cheeky!
All those endless battles might sound, like Gargantua's Picrocholine wars, ridiculously trite. However, I'd say that they touch on something fundamental: one's belonging to le terroir. In today's time, in "our global village", such terms may sound conservative or simply passé. In fact, they are the only tangible link we still have with reality. No matter how "globalised" we have become, we all come from somewhere. Food, too. It may, throughout the ages, have been coloured, influenced, or changed by external elements – as the gastronomic wizard Claudia Roden has written about extensively. However, terroir, or "from the land", shouldn't be dismissed. Terroir doesn't mean conservatism, it means diversity. Against a globalised grub, it stresses the importance of the world's many specialities. In the same way as it seems better to buy vegetables from local growers, it is logical to taste local specialities everywhere you travel. Terroir is a window on the world worth fighting for.
Tell me about your favourite local dish. The winner (arbitrarily chosen by me) will get a pasteurised camembert from my favourite fromager in Normandy.
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
Boa noticia!
Os turistas que irão passar férias nas praias de Salvador vão poder manter o prazer de comer nas brancas areias do mar uma iguaria regional com registro no Patrimônio Imaterial. As soridentes baianas do Acarajé poderão ficar na orla com seus tabuleiros coloridos e apetitosos , após ameaça de serem expulsas pela justiça federal.
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
“La révolution des frites”
“La révolution des frites”
Jovens belgas cansados com a incompetência dos políticos nacionais em encontrar um “modus vivendi” para a formatação de um governo nacional há mais de 249 dias (recorde mundial) organizaram nessa quinta feira uma manifestação bem humorada e lúdica para o dia do “saco cheio” .
“A união faz a força” leme da bandeira belga foi transformado por um dia num movimento bem humorado, confirmando a Bélgica como berço da HQ na Europa: O protesto da batata frita.
A batata frita (de origem belga)com maionese é um dos simbolos da culinária no dia dia do país - nossa mandioca com feijão.
A manifestação contém uma mensagem simbólica anti-separatista e uma prova com referência gustativa da integração entre o povo Wallon e Flamand.
Ler no Blog do Ricardo Noblat a matéria por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
Entrou com pé esquerda e ficou parado no tempo.
Onde já se viu uma universidade pública se submeter aos interesses de uma escola de gastronomia particular para montar uma seção dedicada à Gastronomia?
Há mais de dez anos atrás quando cheguei em Brasília, fui consultado para ajudar a nortear o projeto de Gastronomia da UNB.
Levantei pontos imprescindíveis para o desenvolvimento do conceito dos cursos .
Um dos conceitos era, e ainda é, da UNB fazer parcerias com corpo docente de outras universidades e escolas de Gastronomia pelo mundo na área do conhecimento técnico e acadêmico, investir na nanotecnologia e na nanociência para desenvolver um método próprio adaptado aos interesses do país. Focar e valorizar a diversidade nacional, tanto pela diversidade cultural aqui presente quanto a variedade dos ingredientes e produtos que se encontram nos seus biomas.
Vamos torcer que da decadência dessa parceria, natimorto, nasça um projeto ambicioso, sustentável e com olhar para o futuro da gastronomia no Brasil.
Matéria publicada no Correio Braziliense do 15 de fevereiro por Renato Alves
Dez anos de desperdício na UnB Sofisticados utensílios comprados para aquela que seria uma filial da mais famosa escola de gastronomia do mundo permanecem guardados em subsolo empoeirado e sem ventilação Coifas e prateleiras em aço inox. Câmaras para armazenar frutas, verduras, legumes, carnes, peixes, laticínios e congelados. Móveis e utensílios suficientes para equipar sete cozinhas, uma padaria, uma confeitaria e dois restaurantes com o que havia de mais moderno, chique e caro no universo gastronômico. Tudo está abandonado há 10 anos no subsolo inacabado de um prédio da Universidade de Brasília (UnB). O espaço foi reformado por R$ 300 mil para abrigar a primeira filial permanente na América Latina da mais badalada escola de gastronomia do mundo, a francesa Le Cordon Bleu (leia Memória). Mas nunca houve uma aula para os candidatos a gourmets e a chefs. Nem fizeram qualquer prato em tal aparelhagem. Quase toda a parafernália permanece embalada em uma das salas do subsolo de 579 metros quadrados do Centro de Excelência em Turismo (CET), no câmpus Darcy Ribeiro, na Asa Norte. Sem acabamento, com fiação exposta, muita poeira e nenhuma ventilação, o ambiente onde seria instalada a unidade da Le Cordon Bleu se transformou em depósito de entulhos. No lugar de cozinhas para aulas de culinária, alunos e professores, a construção abriga ainda equipamentos quebrados, papéis velhos, morcegos, aranhas e outros bichos. Só agora, 12 anos após a assinatura do convênio entre as instituições francesa e brasiliense, a UnB busca uma destinação ao espaço e aos sofisticados utensílios gastronômicos (veja Linha do tempo). As direções da escola europeia, da UnB e do Instituto Gastronômico Brasileiro (IGB) firmaram a parceria que resultaria na Le Cordon Bleu candanga em 1998. Empreendimento propagado à época como um marco na história da universidade e do turismo brasiliense. Os idealizadores do projeto anunciaram que ele custaria US$ 2 milhões, pouco mais de R$ 4 milhões na época. O valor dizia respeito aos aparelhos necessários para a montagem das cozinhas e as salas de aulas. No entanto, o contrato não deixava claro quanto cada instituição deveria desembolsar nem trazia prazos e previsão de multas para o descumprimento de cláusulas. Os cursos, todos pagos, seriam abertos de acordo com a demanda. Cerca de 3 mil pessoas se inscreveram para as especializações na área de culinária. Gente disposta a desembolsar até R$ 20 mil para aprender os segredos das melhores cozinhas do mundo em dois anos. As vagas eram limitadas: 64 por semestre. A seleção seria feita por três especialistas: um da Le Cordon Bleu, um da UnB e outro do IGB. Poderiam concorrer jovens com mais de 17 anos, de ambos os sexos, com segundo grau completo. Era recomendável o domínio do inglês e do francês, pois muitos dos professores viriam das seis escolas Le Cordon Bleu no mundo. O modelo foi testado na Austrália. Em seis anos, de 1994 a 2000, foram formadas três turmas de chefs, revolucionando a culinária daquele país. Ampla reforma Em Brasília, os cursos de formação seriam ministrados na universidade. Antes de ter um espaço adequado na UnB, o IGB abriu vagas para oficinas. Quando funcionava na Associação Atlética Banco de Brasília (AABR), no Lago Sul, o instituto sediou as poucas aulas da Le Cordon Bleu na capital brasileira. Mas as atividades não passaram de demonstrações e degustações para gourmets, entre novembro e dezembro de 2000. Logo depois, extinguiram o IGB. Para compensar os gastos com obras no prédio do CET, em andamento, o instituto decidiu compensar a UnB com R$ 300 mil em aparelhos gastronômicos. A universidade recebeu os itens em 2001, com a futura sede da Le Cordon Bleu inacabada. Na intenção de receber aquela que seria a maior unidade da escola francesa — então com sete filiais —, o prédio do CET passou por uma profunda reestruturação. Iniciada em 1998 com previsão de acabar dois anos depois, a obra foi concluída no fim de 2005. A arquitetura, diferente da dos demais edifícios do câmpus, passou a chamar ainda mais a atenção. Em uma área de 4,4 mil m², o CET tem um módulo central e quatro periféricos, todos na forma de octógono, com estrutura em madeira amazônica carapanaúba, conhecida como sapupema. Qualidade Além dos jardins externos, introduziram-se duas áreas verdes no interior do complexo. O prédio, de 1986, passou por uma reformulação total das estruturas, com pilares de concretos erguidos para melhorar a sustentação. Na época, a direção da UnB divulgou que tudo havia sido feito para receber os equipamentos da Le Cordon Bleu. Como os administradores da universidade esperavam um grande fluxo de pessoas e de carros em função da escola de culinária, todos os acessos ao CET receberam passarelas e um espaço para embarque e desembarque de alunos, professores, funcionários e visitantes. Foram construídos, ainda, quatro estacionamentos para 130 veículos. Das dependências destinadas a Le Cordon Bleu, ficou pronto apenas o restaurante. Erguido no térreo, com piso e pilastras feitos de madeira amazônica, ele teria capacidade para 120 pessoas e serviria de sala de aula e de teste aos alunos. No espaço, seriam oferecidas as delícias das cozinhas francesa, italiana, tailandesa, indiana, além da brasileira. Com a falta de dinheiro para a conclusão da reforma no prédio do CET e a ausência de normas e de punições no contrato firmado há 12 anos, a UnB e a Le Cordon Bleu não desembolsaram um centavo para a compra de ingredientes e outros equipamentos necessários ao início das aulas. Mas a direção da universidade manteve a ideia de ter uma unidade da escola francesa mesmo em meio à sua maior crise institucional, que culminou no fim da administração Timothy Mulholland, em 2008. O contrato expirou em maio de 2009, quando acabou sepultado. “Acreditamos que a gastronomia tem também um lado social, e é nisso que passamos a investir”, afirma o diretor do CET, Neio Campos. Ele assumiu o cargo pouco antes do fim do acordo com a Le Cordon Bleu. Aomesmotempoemqueconsidera um “elefante branco” o subsolo do CET, Campos diz que a parceria frustrada com a escola francesa deixou um “legado” à UnB. “O prédio foi restaurado e é um dos mais belos do câmpus. Nele, funcionam os cursos de hotelaria e de turismo”, ressalta. Mas a UnB, que seria precursora em Brasília e na América Latina em cursos de alta culinária, perdeu candidatos a chefs para três universidades particulares do DF que, nesses 10 anos, criaram seus cursos de gastronomia
Há mais de dez anos atrás quando cheguei em Brasília, fui consultado para ajudar a nortear o projeto de Gastronomia da UNB.
Levantei pontos imprescindíveis para o desenvolvimento do conceito dos cursos .
Um dos conceitos era, e ainda é, da UNB fazer parcerias com corpo docente de outras universidades e escolas de Gastronomia pelo mundo na área do conhecimento técnico e acadêmico, investir na nanotecnologia e na nanociência para desenvolver um método próprio adaptado aos interesses do país. Focar e valorizar a diversidade nacional, tanto pela diversidade cultural aqui presente quanto a variedade dos ingredientes e produtos que se encontram nos seus biomas.
Vamos torcer que da decadência dessa parceria, natimorto, nasça um projeto ambicioso, sustentável e com olhar para o futuro da gastronomia no Brasil.
Matéria publicada no Correio Braziliense do 15 de fevereiro por Renato Alves
Dez anos de desperdício na UnB Sofisticados utensílios comprados para aquela que seria uma filial da mais famosa escola de gastronomia do mundo permanecem guardados em subsolo empoeirado e sem ventilação Coifas e prateleiras em aço inox. Câmaras para armazenar frutas, verduras, legumes, carnes, peixes, laticínios e congelados. Móveis e utensílios suficientes para equipar sete cozinhas, uma padaria, uma confeitaria e dois restaurantes com o que havia de mais moderno, chique e caro no universo gastronômico. Tudo está abandonado há 10 anos no subsolo inacabado de um prédio da Universidade de Brasília (UnB). O espaço foi reformado por R$ 300 mil para abrigar a primeira filial permanente na América Latina da mais badalada escola de gastronomia do mundo, a francesa Le Cordon Bleu (leia Memória). Mas nunca houve uma aula para os candidatos a gourmets e a chefs. Nem fizeram qualquer prato em tal aparelhagem. Quase toda a parafernália permanece embalada em uma das salas do subsolo de 579 metros quadrados do Centro de Excelência em Turismo (CET), no câmpus Darcy Ribeiro, na Asa Norte. Sem acabamento, com fiação exposta, muita poeira e nenhuma ventilação, o ambiente onde seria instalada a unidade da Le Cordon Bleu se transformou em depósito de entulhos. No lugar de cozinhas para aulas de culinária, alunos e professores, a construção abriga ainda equipamentos quebrados, papéis velhos, morcegos, aranhas e outros bichos. Só agora, 12 anos após a assinatura do convênio entre as instituições francesa e brasiliense, a UnB busca uma destinação ao espaço e aos sofisticados utensílios gastronômicos (veja Linha do tempo). As direções da escola europeia, da UnB e do Instituto Gastronômico Brasileiro (IGB) firmaram a parceria que resultaria na Le Cordon Bleu candanga em 1998. Empreendimento propagado à época como um marco na história da universidade e do turismo brasiliense. Os idealizadores do projeto anunciaram que ele custaria US$ 2 milhões, pouco mais de R$ 4 milhões na época. O valor dizia respeito aos aparelhos necessários para a montagem das cozinhas e as salas de aulas. No entanto, o contrato não deixava claro quanto cada instituição deveria desembolsar nem trazia prazos e previsão de multas para o descumprimento de cláusulas. Os cursos, todos pagos, seriam abertos de acordo com a demanda. Cerca de 3 mil pessoas se inscreveram para as especializações na área de culinária. Gente disposta a desembolsar até R$ 20 mil para aprender os segredos das melhores cozinhas do mundo em dois anos. As vagas eram limitadas: 64 por semestre. A seleção seria feita por três especialistas: um da Le Cordon Bleu, um da UnB e outro do IGB. Poderiam concorrer jovens com mais de 17 anos, de ambos os sexos, com segundo grau completo. Era recomendável o domínio do inglês e do francês, pois muitos dos professores viriam das seis escolas Le Cordon Bleu no mundo. O modelo foi testado na Austrália. Em seis anos, de 1994 a 2000, foram formadas três turmas de chefs, revolucionando a culinária daquele país. Ampla reforma Em Brasília, os cursos de formação seriam ministrados na universidade. Antes de ter um espaço adequado na UnB, o IGB abriu vagas para oficinas. Quando funcionava na Associação Atlética Banco de Brasília (AABR), no Lago Sul, o instituto sediou as poucas aulas da Le Cordon Bleu na capital brasileira. Mas as atividades não passaram de demonstrações e degustações para gourmets, entre novembro e dezembro de 2000. Logo depois, extinguiram o IGB. Para compensar os gastos com obras no prédio do CET, em andamento, o instituto decidiu compensar a UnB com R$ 300 mil em aparelhos gastronômicos. A universidade recebeu os itens em 2001, com a futura sede da Le Cordon Bleu inacabada. Na intenção de receber aquela que seria a maior unidade da escola francesa — então com sete filiais —, o prédio do CET passou por uma profunda reestruturação. Iniciada em 1998 com previsão de acabar dois anos depois, a obra foi concluída no fim de 2005. A arquitetura, diferente da dos demais edifícios do câmpus, passou a chamar ainda mais a atenção. Em uma área de 4,4 mil m², o CET tem um módulo central e quatro periféricos, todos na forma de octógono, com estrutura em madeira amazônica carapanaúba, conhecida como sapupema. Qualidade Além dos jardins externos, introduziram-se duas áreas verdes no interior do complexo. O prédio, de 1986, passou por uma reformulação total das estruturas, com pilares de concretos erguidos para melhorar a sustentação. Na época, a direção da UnB divulgou que tudo havia sido feito para receber os equipamentos da Le Cordon Bleu. Como os administradores da universidade esperavam um grande fluxo de pessoas e de carros em função da escola de culinária, todos os acessos ao CET receberam passarelas e um espaço para embarque e desembarque de alunos, professores, funcionários e visitantes. Foram construídos, ainda, quatro estacionamentos para 130 veículos. Das dependências destinadas a Le Cordon Bleu, ficou pronto apenas o restaurante. Erguido no térreo, com piso e pilastras feitos de madeira amazônica, ele teria capacidade para 120 pessoas e serviria de sala de aula e de teste aos alunos. No espaço, seriam oferecidas as delícias das cozinhas francesa, italiana, tailandesa, indiana, além da brasileira. Com a falta de dinheiro para a conclusão da reforma no prédio do CET e a ausência de normas e de punições no contrato firmado há 12 anos, a UnB e a Le Cordon Bleu não desembolsaram um centavo para a compra de ingredientes e outros equipamentos necessários ao início das aulas. Mas a direção da universidade manteve a ideia de ter uma unidade da escola francesa mesmo em meio à sua maior crise institucional, que culminou no fim da administração Timothy Mulholland, em 2008. O contrato expirou em maio de 2009, quando acabou sepultado. “Acreditamos que a gastronomia tem também um lado social, e é nisso que passamos a investir”, afirma o diretor do CET, Neio Campos. Ele assumiu o cargo pouco antes do fim do acordo com a Le Cordon Bleu. Aomesmotempoemqueconsidera um “elefante branco” o subsolo do CET, Campos diz que a parceria frustrada com a escola francesa deixou um “legado” à UnB. “O prédio foi restaurado e é um dos mais belos do câmpus. Nele, funcionam os cursos de hotelaria e de turismo”, ressalta. Mas a UnB, que seria precursora em Brasília e na América Latina em cursos de alta culinária, perdeu candidatos a chefs para três universidades particulares do DF que, nesses 10 anos, criaram seus cursos de gastronomia
sábado, 12 de fevereiro de 2011
Culinária Guá Yvá
O Brasil inaugurou sua gastronomia “fusão” na época do descobrimento, quando os conquistadores começaram a incorporar ao seu cardápio os ingredientes indígenas.
Os colonos portugueses aculturaram-se aqui e nas várias partes do mundo assimilando os produtos disponíveis in loco, sem deixar de preservar seus pratos tradicionais. Para se aconchegar no conhecido e matar a saudade da pátria, iniciaram um novo comércio de temperos entre os continentes.
Sal, rapadura, carne seca ou moqueada, farinha de mandioca faziam parte da dieta espartana dos bandeirantes. Essa culinária tinha que sustentar os esforços físicos dos tropeiros e longas semanas de expedições terra adentro.
Os africanos assimilaram a mandioca na sua culinária e gostaram tanto que levaram a raiz para seus países de origem.
Outras culturas, mais puristas, ainda relutam em passar por este processo de evolução com medo de perder sua identidade.
Durante séculos as inovações na área da gastronomia foram feitas por aqui com ingredientes vindos de fora do país. O destaque ia para produtos exóticos como a maçã, a pêra, o morango, as nozes, as avelãs, o alho porró, o salsão, o salmão, o bacalhau, o azeite, “secos e molhados” que davam notoriedade e prestígio aos banquetes com eles preparados.
500 anos se passaram, o guaraná se integrou às receitas de estimulantes e refrescos no nosso dia a dia, a cachaça ganhou roupa nova e distinção, o café voltou a ser orgulho nacional. O vinho está hoje passando por uma grande revolução, investindo e diversificando suas áreas de cultivo no Nordeste e no Sul.
O cacau da Amazônia está sendo estudado para entrar na lista dos próximos produtos a se destacar, depois de ter sido quase erradicado no sul da Bahia.
Na década dos 80, a tendência da nouvelle cuisinne, com sua filosofia de utilizar ingredientes frescos, do terroir, veio valorizar novos sabores, texturas e perfumes dos produtos originários.
Hoje os Chefs brasileiros com reconhecimento e formação internacional marcam sua identidade agregando cada vez mais produtos genuínos, proveniente de pequenos produtores, de manejo ou de colheitas sustentáveis, para se sobressair e enriquecer suas criações, revendo receitas tradicionais. É com a ajuda deles e da notoriedade da arte dos sabores que a grande diversidade de produtos daqui está caminhando para uma maior divulgação e relevância. Preconceitos sobre alguns ingredientes populares estão desabando pela destreza dos alquimistas dos sabores. Lá e cá apontam pequenos produtores, ousados, empolgados com a força desse movimento, que estão retomando o cultivo, a criação e a colheita de frutos, plantas, raízes e animais que estavam ameaçados de esquecimento e até desaparecimento.
As técnicas contemporâneas no preparo desses alimentos e a conscientização dos Chefs e do público só podem ajudar a fixar o retorno desses produtos, dando assim uma identidade à Gastronomia brasileira, a culinária Guá-Yvá (do guarani, Fruto da Natureza).
Só assim, com o reconhecimento e o uso dos produtos da terra no próprio Brasil, pode-se pensar em despertar interesse por eles nos mercados lá fora.
sábado, 29 de janeiro de 2011
Vergonha nacional! Ministério da Agricultura cobra certificado Sisorg dos produtores orgânicos e não dá conta do recado
Regulamentação paralisa mercado de orgânicos, acusam produtores
Ambiente. Desde 1º de janeiro, o governo federal exige o selo Sisorg, do Ministério da Agricultura, nos produtos agrícolas cultivados sem agrotóxicos e adubos químicos, mas apenas 3 certificadoras que atuam no País conseguiram completar seu credenciamento
29 de janeiro de 2011 | 0h 00
Leia a notícia
Andrea Vialli - O Estado de S.Paulo
Produtores de alimentos orgânicos e agências que os certificam acusam a regulamentação federal para esses produtos, que entrou em vigor em 1.º de janeiro, de estar paralisando esse mercado no País. A partir dessa data, os produtos orgânicos, para serem comercializados, precisam ter o selo Sisorg, emitido pelo Ministério da Agricultura.
No entanto, muitas agências certificadoras - responsáveis pela concessão do selo de orgânicos aos produtores - não conseguiram completar seus processos de credenciamento no governo e passar pelas auditorias que atestam que os produtores seguem os preceitos da produção orgânica, como o não uso de adubos químicos e pesticidas. Em razão disso, muitos deles estão impedidos de comercializar seus produtos em supermercados e outros pontos de venda.
Das cerca de dez certificadoras que atuam no País, apenas três - Ecocert, IBD e Tecpar - conseguiram completar seu credenciamento no ministério. Elas obtiveram o selo no final de novembro, restando aos produtores apenas 40 dias para adequar suas embalagens.
O produtor rural José Bassit, que produz hortaliças em um sítio de 3 hectares na região da Serra da Mantiqueira, soube no dia 10 de dezembro que perderia sua certificação da Fundação Mokiti Okada. "Fui informado por uma carta da certificadora de que meu selo não valeria a partir de 1.º de janeiro. Tive de procurar outra certificadora e tive prejuízo, pois não consegui vender minha produção em janeiro."
Além de produzir em seu próprio sítio, Bassit também trabalha para a Blessing Alimentos Orgânicos, que produz geleias e chás. A empresa continua sem certificação até que o acordo com a Ecocert, uma certificadora credenciada, saia em fevereiro. "A intenção da lei era proteger o consumidor. Mas por enquanto ela está trazendo dor de cabeça aos produtores."
Redes de supermercados, como o grupo Pão de Açúcar, suspenderam as compras de produtos orgânicos sem o selo Sisorg, do governo federal. A rede (que trabalha com 130 produtores orgânicos) afirma que não houve falta de produtos em suas lojas.
Atraso. Douglas Yoshimi Harada, secretário da certificadora Mokiti Okada - uma das que não conseguiram se credenciar -, afirma que o prazo dado pelo governo federal foi curto. "Fizemos o cadastro em novembro, mas não houve tempo para que o Inmetro e o Ministério da Agricultura marcassem as auditorias", conta. De origem japonesa, a Mokiti Okada é responsável pela certificação de 300 produtores e fez um acordo com outra certificadora, a IBD, para regularizar 200 produtores. Quem não conseguiu se certificar teve de vender a produção de orgânicos como produto convencional, afirma Harada.
Na avaliação de Daniel Schuppli, diretor da certificadora IMO do Brasil, o problema ocorreu porque houve muita procura pelo credenciamento no Ministério da Agricultura no final do ano passado. "É uma fase de transição. Em fevereiro, devemos passar pelas auditorias", diz. Ele aponta, no entanto, que o mercado ainda carece de regulamentação para produtos como cogumelos, têxteis e cosméticos, que não podem ser vendidos como orgânicos por falta de instrução normativa.
Ambiente. Desde 1º de janeiro, o governo federal exige o selo Sisorg, do Ministério da Agricultura, nos produtos agrícolas cultivados sem agrotóxicos e adubos químicos, mas apenas 3 certificadoras que atuam no País conseguiram completar seu credenciamento
29 de janeiro de 2011 | 0h 00
Leia a notícia
Andrea Vialli - O Estado de S.Paulo
Produtores de alimentos orgânicos e agências que os certificam acusam a regulamentação federal para esses produtos, que entrou em vigor em 1.º de janeiro, de estar paralisando esse mercado no País. A partir dessa data, os produtos orgânicos, para serem comercializados, precisam ter o selo Sisorg, emitido pelo Ministério da Agricultura.
No entanto, muitas agências certificadoras - responsáveis pela concessão do selo de orgânicos aos produtores - não conseguiram completar seus processos de credenciamento no governo e passar pelas auditorias que atestam que os produtores seguem os preceitos da produção orgânica, como o não uso de adubos químicos e pesticidas. Em razão disso, muitos deles estão impedidos de comercializar seus produtos em supermercados e outros pontos de venda.
Das cerca de dez certificadoras que atuam no País, apenas três - Ecocert, IBD e Tecpar - conseguiram completar seu credenciamento no ministério. Elas obtiveram o selo no final de novembro, restando aos produtores apenas 40 dias para adequar suas embalagens.
O produtor rural José Bassit, que produz hortaliças em um sítio de 3 hectares na região da Serra da Mantiqueira, soube no dia 10 de dezembro que perderia sua certificação da Fundação Mokiti Okada. "Fui informado por uma carta da certificadora de que meu selo não valeria a partir de 1.º de janeiro. Tive de procurar outra certificadora e tive prejuízo, pois não consegui vender minha produção em janeiro."
Além de produzir em seu próprio sítio, Bassit também trabalha para a Blessing Alimentos Orgânicos, que produz geleias e chás. A empresa continua sem certificação até que o acordo com a Ecocert, uma certificadora credenciada, saia em fevereiro. "A intenção da lei era proteger o consumidor. Mas por enquanto ela está trazendo dor de cabeça aos produtores."
Redes de supermercados, como o grupo Pão de Açúcar, suspenderam as compras de produtos orgânicos sem o selo Sisorg, do governo federal. A rede (que trabalha com 130 produtores orgânicos) afirma que não houve falta de produtos em suas lojas.
Atraso. Douglas Yoshimi Harada, secretário da certificadora Mokiti Okada - uma das que não conseguiram se credenciar -, afirma que o prazo dado pelo governo federal foi curto. "Fizemos o cadastro em novembro, mas não houve tempo para que o Inmetro e o Ministério da Agricultura marcassem as auditorias", conta. De origem japonesa, a Mokiti Okada é responsável pela certificação de 300 produtores e fez um acordo com outra certificadora, a IBD, para regularizar 200 produtores. Quem não conseguiu se certificar teve de vender a produção de orgânicos como produto convencional, afirma Harada.
Na avaliação de Daniel Schuppli, diretor da certificadora IMO do Brasil, o problema ocorreu porque houve muita procura pelo credenciamento no Ministério da Agricultura no final do ano passado. "É uma fase de transição. Em fevereiro, devemos passar pelas auditorias", diz. Ele aponta, no entanto, que o mercado ainda carece de regulamentação para produtos como cogumelos, têxteis e cosméticos, que não podem ser vendidos como orgânicos por falta de instrução normativa.
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